Mercedes vai administrar a Chrysler
PUBLICAÇÃO
domingo, 02 de janeiro de 2000
Rubens Burigo Neto
Enviado especial a São Paulo
O presidente da Mercedes-Benz do Brasil, Ben van Schaik, anunciou há duas semanas, em São Paulo, que a partir deste ano será criada uma única organização empresarial para administrar todas as fábricas da Mercedes e da Chrysler na Argentina, no Brasil e na Venezuela. Van Schaik também informou que nos próximos três anos a Mercedes vai investir US$ 500 milhões no País. Para o ano 2000, o investimento previsto é de US$ 220 milhões. Apesar de todas as dificuldades enfrentadas durante este ano nunca desanimamos. E a maior prova disso é que no ano que vem queremos crescer 9% no mercado de caminhões, 25% no segmento de ônibus, 18% no setor de transporte (comerciais leves) e 10% nas vendas de automóveis.
O executivo, que deverá assumir a presidência da DaimlerChrysler, justificou a unificação das duas fabricantes como um forma estratégica para a montadora se tornar em todo mundo a mais conceituada e bem sucedida fornecedora de automóveis produtos de transportes e serviços. Com a nova configuração empresarial, a DaimlerChrysler passará a contar com 18 mil funcionários em duas fábricas argentinas, quatro no Brasil, e uma na Venezuela.
O presidente da Chrysler do Brasil, Dennis Kelly, disse que a oficialização da novo empreendimento deve ocorrer ainda em janeiro. A decisão foi tomada no dia 15 de dezembro. Portanto, ainda dependemos de discussões entre os diretores de nossas matrizes na Alemanha e nos Estados Unidos para saber como iremos trabalhar a partir do ano 2000.
Os dois presidentes também anunciaram o balanço comercial das duas empresas no mercado brasileiro. Van Schaik informou que a Mercedes aumentou sua participação no mercado de caminhões, vendendo 16.600 unidades, alcançando 36% de participação no segmento. Ele afirmou que comparando este desempenho com o do ano passado, o setor teve uma queda geral nas vendas de 9%. No setor de ônibus a liderança da Mercedes é ainda mais evidente, já que a empresa fechou 1999 com 67% de participação no segmento, contra 64% registrado no ano passado. No mercado de comerciais leves (vans e furgões de até 4 toneladas) a montadora também registrou aumento na participação, passando de 28,5% em 1998 para 30% neste ano.
Classe A Para evitar polemizar sobre o sucesso do compacto Classe A no concorrido mercado de automóveis brasileiro, a Mercedes resolveu divulgar dados comparativos com carros de diferentes propostas de uso como o Honda Civic e o Audi A3, por exemplo , mas que se situam na mesma faixa de preço, entre R$ 30 mil a R$ 45 mil.
Lançado em junho no Brasil, o carro atingiu um volume de 8.556 unidades vendidas em seis meses de comercialização. No mesmo período, o Renault Scénic, fabricado em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, vendeu 8.905 unidades. Assim, a Classe A teve 9% de participação no mercado de compactos médios a partir de R$ 24 mil e 20% na faixa de preço entre R$ 30 mil a R$ 45 mil.
O presidente da Mercedes negou que a montadora tenha planos para popularizar o compacto, proposta bastante difundida pela rede de concessionárias. Já fabricamos o maior carro popular do Brasil que é o ônibus, brincou van Schaik. É impossível oferecer um carro com tanta tecnologia com um preço menor. Além disso, um Mercedes sempre será um Mercedes, completou.
* o repórter viajou a São Paulo a convite da Mercedes-Benz.Montadora alemã anuncia criação de organização única para as duas empresas e prevê investimento de US$ 500 milhões
ArquivoMercadoLançada em junho do ano passado, a Mercedez Classe A já teve 8.556 unidades vendidas e conquistou 9% do mercado de compactos médios a partir de R$ 24 mil. Já no setor de caminhões, a empresa teve 36% de participação em 1999
