Informe Carro & Cia (Samuka Lopes)
PUBLICAÇÃO
sábado, 15 de abril de 2000
DaimlerChrysler e Hyundai
A indústria automobilística alemã DaimlerChrysler estuda sua participação no capital do grupo sul-coreano Hyundai, afirma a revista alemã Spiegel, sem citar fontes. Um porta-voz da DaimlerChrysler, Michael Pfister, recusou-se a comentar o que classificou de especulações. Duas alternativas são estudadas pelo grupo: a Mitsubishi, nova sócia da DaimlerChrysler, que já controla 5% da Hyundai, pode aumentar sua parte na indústria sul-coreana, ou a DaimlerChrysler pode comprar diretamente ações do grupo coreano.
Renovação da frota está longe
As negociações para implementação do programa de renovação da frota nacional de carros chegou a um impasse, segundo declarou quinta-feira Milton Seligman, secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, durante seminário na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O assunto não é novo para os leitores da Folha de Londrina/Folha do Paraná. O presidente da Fenabrave, Hugo Maia, já havia antecipado essa informação para o redator/editor dessa coluna no mês de fevereiro. A tese foi confirmada logo em seguida pelo vice-presidente de vendas da VW, Miguel Carlos Barone.
Governo x Montadoras
Seligman reafirmou que o acordo não anda porque a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) ainda não enviou os números solicitados pelo ministro do Desenvolvimento, Alcides Tápias. Estes números referem-se à previsão do volume de venda de carros e veículos leves para este ano. A estimativa é decisiva para definir o total de subsídios que o governo federal terá de conceder para o acordo decolar. A diretoria da Anfavea informa que os números foram enviados há três semanas. Segundo um diretor, um relatório foi enviado ao ministro Alcides Tápias contendo todas as informações solicitadas. A Anfavea aguarda agora uma convocação de Tápias, para que os dados possam ser de novo analisados.
Queda de braço
O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento afirmou, porém, que o Ministério não recebeu nada do que fora pedido e que sem os números solicitados não há acordo. Precisamos mostrar para a sociedade os benefícios do projeto e o volume de subsídios que vai ser concedido, explicou. Como a Anfavea não encaminha as informações solicitadas, ninguém no Ministério do Desenvolvimento quer assumir o risco de fechar um acordo deste tipo. O plano de renovação da frota nacional é um pleito antigo da Anfavea e tem como objetivo básico incentivar a troca de carros com mais de 15 anos por modelos novos. As montadoras aceitariam os veículos usados como parte do pagamento e os governos federal e estaduais concederiam incentivos fiscais.
Propostas
A proposta da Anfavea é de que seja concedido um bônus de R$ 1.800, que seria dividido da seguinte forma: as montadoras entrariam com R$ 600; os governos estaduais, com R$ 500, por meio da redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e a União arcaria com os R$ 700 restantes, descontados do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Renúncia Fiscal
O que os representantes do governo não fala é que não querem fazer a chamada renúncia fiscal, com medo de fazer arrecadação. Mas na verdade o volume arrecadado deveria crescer, com a entrada de novos veículos no mercado, que gerariam o chamado efeito cascata (outros impostos acumulados). Vale lembrar que hoje o volume dos impostos cobrados ao setor no Brasil, como lembra Hugo Maia, está na casa dos 35%. O segundo País no ranking das taxas mais elevadas é a França, na casa dos 17%.