Informe Carro & Cia Samuka Lopes GM e Fiat A GM brasileira é terceira no ranking do setor. Produziu 275 mil veículos em 99 e vendeu, no varejo, 285,5 mil, garantindo uma participação de 22,6% do mercado. A Fiat, que ocupa a segunda posição, atrás da Volkswagen, produziu 399.846 unidades e vendeu 303.602, ficando com 25,2% do mercado total. A GM emprega 19 mil funcionários e a Fiat, 11,5 mil diretos e outros 11 mil terceirizados. Ambas têm novos projetos para o segundo semestre. A GM vai inaugurar uma fábrica de automóveis em Gravataí (RS), para produzir os modelos do projeto Blue Macaw e a Fiat inaugura uma fábrica de utilitários em conjunto com a Iveco. Os investimentos são, respectivamente, de US$ 600 milhões e US$ 500 milhões. O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), José Roberto Ferro, avaliou que o negócio tem como um dos principais objetivos garantir a liderança da GM no mercado mundial de veículos. Ford e Sprint A Ford Motor Co. e a Sprint Corp devem anunciar uma aliança para oferecer o serviços de telefonia celular desenvolvidos pela Sprint, como acesso à internet por equipamentos sem fio, em alguns veículos Ford, segundo informaram pessoas familiares ao projeto. A Ford começará a disponibilizar o serviço no segundo semestre para alguns modelos do luxuoso Lincoln que chegarão ao mercado em 2001. A oferta faz parte da estratégia da Ford de vender serviços de comunicação avançada para os motoristas e passageiros dos carros, o que poderá prover ganhos para a empresa após a venda do veículo. Trabalho Fiat Os trabalhadores das fábricas da Fiat e da General Motors do Brasil receberam com apreensão a notícia da aliança estratégica anunciada na segunda-feira. ‘‘Esse acordo é bom para a Fiat por causa da competição no mercado global, mas sabemos que essas experiências de fusão no mundo todo estão resultando em redução de postos de trabalho’’, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Marcelino da Rocha. Segundo ele, além da própria montadora, que emprega 11,5 mil trabalhadores, há uma grande preocupação em relação aos fabricantes de autopeças. Trabalho GM O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antonio Donizeti, compartilha da mesma opinião. ‘‘Esse processo de união entre as empresas no mundo todo estão se traduzindo em corte de pessoal. ’’ Segundo ele, a direção da GM garantiu que não haverá mudanças no nível de emprego da fábrica, que tem 8,5 mil trabalhadores, dos quais cerca de 2,5 mil nas unidades de motor, transmissão e fundição, que terão suas atividades unidas às da Fiat. ‘‘Ainda assim, vamos ficar atentos a qualquer movimento’’, disse. VW tranquila O presidente da Volkswagen América do Sul Herbert Demel, disse que a aliança entre Fiat e General Motors era prevista e não pegou a empresa de surpresa. ‘‘O ruído no ar já mostrava isso’’, disse. ‘‘A Fiat tinha necessidade de lincar com alguém, começou com a Ford, depois GM, depois Daimler-Chrysler e finalmente a GM.’’ Ele garantiu que a união não preocupa. ‘‘Vamos acompanhar de perto os passos desses dois e tomar as decisões necessárias.’’ Demel também não acredita que a Volks precisará ter reações rápidas. Várias marcas Demel lembra que a VW já faz parte de um grupo com várias marcas (Volkswagen, Audi, Seat, Skoda, Bentley, Rolls Royce e Lamborghini) e implantou em vários locais pequenas fusões industriais. Ele citou como exemplo a fábrica de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, onde Volks e Audi trabalham sobre a mesma plataforma. Gol turbo O presidente da VW para a América do Sul, Herbert Demel, não confirmou a produção de uma versão com cabine estendida da picape Saveiro. Mas não descartou a possibilidade do departamento de engenharia estar desenvolvendo um motor de 1.0 litro turbinado para o Gol Geração III. E voltou a reafirmar que o Projeto PQ 24 não irá tirar de linha a família Gol. ‘‘O modelo irá se manter no mercado, porque é o líder de vendas’’, afirmou Herbert Demel. O executivo disse ainda que falar em reduzir preços dos automóveis no Brasil hoje é algo como falar em ‘‘terrorismo’’. Demel comentava afirmação do presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), Hugo Maia, de que os veículos nacionais precisam ter seus preços reduzidos entre 20% e 30%. Esse foi o índice de reajuste de preços praticado pelas montadoras em 99, enquanto os preços de peças subiram apenas 8% e a renda per capta do cidadão brasileiro caiu 0,9%. Nissan A Nissan Motor nomeou o brasileiro Carlos Ghosn, ex-executivo da Renault, como seu primeiro presidente não japonês. A escolha faz parte de uma reformulação no comando da Nissan, parceira da Renault em uma aliança estratégica. A Nissan reduzirá o número de membros em seu conselho, dos quais três serão indicados pela Renault. Ghosn, diretor-operacional que entra com a missão de recuperar a endividada Nissan, substituirá Yoshizaku Hanawa como presidente depois da assembléia geral dos acionistas da empresa, em junho. Sob a batuta de Hanawa no comando da Nissan, a Renault adquiriu uma participação acionária de 36,8% na montadora japonesa no ano passado.