A diferença entre um filtro limpo e outro sem manutenção: orientação dos especialistas é que o aparelho seja trocado a cada dois anos ou 20 mil km
A diferença entre um filtro limpo e outro sem manutenção: orientação dos especialistas é que o aparelho seja trocado a cada dois anos ou 20 mil km | Foto: Fotos: Ricardo Chicarelli



Dados da OMM (Organização Meteorológica Mundial), agência especializada da ONU (Organização das Nações Unidas), apontam que os últimos três anos foram os mais quentes já registrados no mundo. A média global de temperatura entre janeiro e setembro de 2017 ficou na casa dos 1,1ºC, acima dos de antes da Revolução Industrial. Com essa tendência de aquecimento, um equipamento deixou de ser opcional para se transformar em item de série e essencial nos veículos: o ar-condicionado.
É um dos componentes que mais influenciam na decisão de compra de um carro. Mas desfrutar de um ambiente climatizado dentro do automóvel exige alguns cuidados para que o ar-condicionado não se torne um vilão para a saúde.
O ar frio é um dos responsáveis pela incidência de doenças respiratórias e pela proliferação de bactérias no ar. O equipamento pode ser um causador de reações alérgicas por causa do ressecamento das mucosas do nariz, predispondo pessoas às infecções ou agravando doenças preexistentes.

O filtro de ar sujo pode ocasionar diversas doenças respiratórias
O filtro de ar sujo pode ocasionar diversas doenças respiratórias



Questão de segurança
Para evitar problemas, a manutenção e limpeza do filtro do sistema de ar-condicionado são primordiais. Ele é o responsável por filtrar as impurezas do ar externo e do que circula internamente na cabine. Esse processo reduz a quantidade de partículas como poeira, pólen, bactérias e fungos dentro do veículo. A limpeza dos filtros por meio de um processo de ionização elimina os fungos e bactérias e purifica o ambiente.
"Ter um ar-condicionado eficiente no veículo não é só uma questão de conforto ou conveniência, mas também de segurança. Além de desembaçar os vidros e renovar o ar da cabine, ele serve para evitar a sonolência causada pelo calor excessivo e deixar o motorista mais alerta", afirma Eduardo Pinto, supervisor de Engenharia de Climatização da Ford América do Sul.
O indicado é fazer a manutenção a cada 20 mil km ou a cada dois anos. Mas quem utiliza com frequência ou trafega em estrada de chão, deve antecipar a revisão.
A falta de manutenção periódica também pode ocasionar mau funcionamento do sistema. De acordo com Luiz Fernando Martins Rodrigues, da MoriarAR Ar-condicionado Automotivo, entre 80% e 90% de queda de rendimento do aparelho estão ligados a vazamentos, ocasionados pelo ressecamento dos componentes por falta de uso do equipamento.
Quando o ar-condicionado é frequentemente utilizado, o sistema fica lubrificado. A dica de Rodrigues para evitar o ressecamento de canos e conexões é ligar o ar-condicionado do carro pelo menos duas vezes por semana por uns 15 minutos. Outra dica para melhorar o rendimento é manter o reciclo fechado, para utilizar apenas o ar interno, principalmente quem anda por estrada de terra.

Imagem ilustrativa da imagem Gelado e sem dor de cabeça



CUSTO
Rodrigues afirma que as pessoas têm medo do custo da manutenção do ar-condicionado, por isso, deixam de levar o veículo para o conserto. "Às vezes elas pensam que terão de trocar um compressor, mas, na verdade, é um problema básico como um vazamento. O sistema tem entre 15 a 20 lugares que podem apresentar vazamento e o conserto é barato", contou.
Em outros casos, o baixo rendimento do aparelho é por desconhecimento de como utilizá-lo. Os modelos da Volkswagem, por exemplo, têm um funcionamento diferente. O comando possuiu quatro posições: as duas primeiras são para a refrigeração, a terceira é apensas para ventilação, e a quarta religa o aparelho.

TECNOLOGIA
Aparelhos dual zone, que permitem direcionar o ar frio em graduação diferente para o motorista e o passageiro, são umas das novas tecnologias oferecidas nos modelos atuais. As montadoras também vêm apostando em novidades nos filtros.
A Ford, por exemplo, oferece dois tipos de filtros em seus modelos: o de pólen, que contém uma camada de microfibra altamente eletrostática responsável por reduzir a concentração de resíduos desagradáveis; e o de carbono, que, além dessa camada, contém partículas de carbono granular ativado, o que impede a entrada não só de fragmentos, mas também de compostos orgânicos, dos gases da exaustão e ozônio.