Caro como está, o combustível é a única coisa que o motorista busca poupar quando está dirigindo. Porém, alguns cuidados básicos e outras providências ao volante podem ajudar a economizar não só no gasto com combustível, mas também nas peças mecânicas, como motor, freio e lataria, pontos fracos e que são lembrados no bolso somente na hora das revisões.
Um estudo realizado na Espanha, pela Organização de Consumidores e Utilizadores (OCU), sobre as peças que mais dão problemas nos carros, mostraran resultados interessantes e que provam que muitas vezes a culpa é do dono do carro. Vinte e três por cento dos problemas mecânicos surgem no sistema elétrico do veículo, enquanto 11,9% desses mesmos problemas surgem na direção. Outros 10,8% das falhas ocorrem nas correias da ventoinha e alternador. Os freios são responsáveis por 10% dos problemas e a embreagem e câmbio outros 5,8%.
Para diminuir estas falhas a solução está no próprio modo de condução. Os cuidados tomados nos primeiros 5 mil quilômetros do carro novo, podem ser decisivos para a longevidade do veículo. O ideal, nesta fase, é evitar que o motor trabalhe em rotações altas, próximas à zona vermelha do conta-giros. As trocas de marchas devem ser feitas de forma suave e sem brutalidade.
O sistema de embreagem foi feito para durar até os 100 mil quilômetros, em média. Mas se o motorista tiver o vício de deixar o pé no pedal de embreagem enquanto conduz, ou segurar o carro nas subidas e semáforos com o sistema, essa longevidade pode diminuir para os 50 mil quilômetros.
Outro cuidado que o motorista deve ter é quanto a descansar a mão na alavanca do câmbio ou engatar sucessivamente o ponto morto no trânsito. Estes gestos desgastam os cabos, os rolamentos e as juntas, além das engrenagens. Cada vez que se apóia a mão, há uma força extra que obriga o sistema a trabalhar sobre pressão.
O desgaste prematuro dos freios pode ser evitado se o motorista, ao invés de frear em cima do semáforo, diminuir a velocidade lentamente, utilizando o freio motor nas reduções de marcha.
Quanto à velocidade, o correto é manter velocidades constantes e nunca acelerações e reduções de velocidades bruscas. Esta tarefa poupa combustível, pneus e amortecedores. Os primeiros devem durar no mínimo 40 mil quilômetros, e os segundos cerca de 60 mil km. O abuso dos pneus em curvas e ''cantadas'' causa uma redução de 30% no tempo de vida útil dos mesmos.
Ao estacionar, evite encostar ou subir com os pneus na guia/calçada, pois isto pode ocasionar cortes e furos. Outra boa dica é não usar o carro para tudo. É que com o carro frio, o catalisador -feito para durar até aos 90 mil km - pode ser prejudicado. Esta peça (ainda por cima cara) precisa de altas temperaturas para fazer o seu trabalho. Com curtas deslocações, ele nunca alcança tais temperaturas e acaba por se deteriorar.