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quarta-feira, 22 de novembro de 2017
Aline Machado Parodi<br>Reportagem Local
Muitas vezes negligenciado pelos donos de veículos, a verificação do alinhamento das rodas pode representar economia no bolso, segurança e conforto. Um carro rodando desalinhado pode desgastar um jogo de pneus em cerca de 4.000 quilômetros. Hoje, a tecnologia para fazer esse alinhamento está avançando e a geometria 3D começa a ganhar popularidade.
A recomendação das montadoras é que o alinhamento seja feito a cada 10 mil km. Mas é recomendado a verificação do carro sempre que ele passar por alguma situação que possa danificar o eixo como: passar por um buraco, bater no meio-fio ou se envolver em algum tipo de acidente.
"Uma batida pode não danificar visualmente a peça, mas pode provocar um defeito que aos poucos provoca danos aos pneus e desconforto ao dirigir", afirmou o professor Edison Bonifácio, coordenador dos cursos técnicos em manutenção automotiva do Senai de Londrina.
O equipamento 3D faz um diagnóstico mais preciso dos ângulos das rodas. O sistema escaneia o carro como se fosse um raio-X, por meio de sensores que são colocados nas rodas. Um software identifica as especificações da montadora para aquele modelo. A geometria 3D, além de mais precisa do que a ótica e a computadorizada, também é mais rápida. Chega a reduzir em 50% o tempo de serviço. "Às vezes, nos sistemas computadorizados não estão atualizados com as especificações de fábrica e o serviço precisa ser refeito", comentou Carlos Roberto Britto Micheletti, gerente da BS Autocenter, de Londrina. Segundo ele, o equipamento 3D dá uma confiabilidade de 95% de precisão.
Um carro bem alinhado garante um contato uniforme dos pneus com o piso e estabilidades nas curvas. "Um carro desalinhado pode entrar 'cantando' nas curvas. Isso reduz a durabilidade dos pneus e aumenta o consumo do carro", diz o professor.
CUIDADOS PRÉVIOS
Bonifácio recomenda que antes de fazer o alinhamento é bom fazer uma verificação do sistema de direção e da suspensão. "Alinhar o carro com folga na direção ou na suspensão é ter que fazer o serviço de novo. Em pouco tempo, a folga já trabalha a suspensão e o carro desalinha de novo", explicou o coordenador.
Ele enfatiza a importância de ter profissionais capacitados nos centros de geometria e balanceamento. "O importante do alinhamento não é só o aparelho, mas ter uma pessoa credenciada e capacitada para utilizá-lo. O profissional precisa saber fazer os cálculos dos ângulos para identificar se os dados que o equipamento fornece estão corretos. Se algum ângulo estiver fora, o risco de acidente é maior.
"O alinhamento é algo muito sério. Não pode ser feito por uma pessoa que só aperta o botão verde ou vermelho", critica Bonifácio.
CAMBAGEM
O professor também alerta para os cuidados com a cambagem (inclinação da roda de um veículo em relação ao piso). Segundo ele, há uma discussão sobre fazer ou não o serviço. A maioria dos carros não tem ajuste da cambagem e para corrigir o grau de inclinação é preciso desmontar a suspensão.
Mas, de acordo com Bonifácio, é comum fazer esse ajuste com o uso de ferramentas que forçam a suspensão e colocam a peça na inclinação certa. "Isso não é recomendado, pois vai entortar a peça e pode danificar a suspensão, o rolamento e provocar vazamento nos amortecedores", explica.
Algumas montadoras suspendem a garantia de veículos com marcas de cambagem no rolamento.