Check-list para não correr riscos na estrada
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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018
Aline Machado Parodi<br>Reportagem Local
A manutenção dos freios exige atenção maior dos caminhoneiros, principalmente com o início da colheita da soja, quando aumenta o vai e vem dos caminhões carregados. Regulagem da catraca, verificação das condições da lona e da campana, e revisão das válvulas de ar são alguns pontos que devem fazer parte do check-list.
A lona faz parte do sistema de freios dos veículos com modelo a tambor. São feitas de compostos de fibra sintética, metais e resina. A variação do grau de dureza da lona determina a eficiência na frenagem. As feitas com material de maior resistência respondem melhor às altas temperaturas. Mas com o uso constante dos freios, a lona vai ficando fina, diminuindo a eficiência do sistema. "Com o uso do freio a campana esquenta e desgasta a lona, provocando trincas. Em um dia de chuva, por exemplo, pode acontecer de a lona rachar na estrada e atingir um carro", disse o mecânico Leandro Vieira do Ângelo, especialista em manutenção de sistemas de freios.
A revisão deve ser feita a cada seis meses, mas, de acordo com o mecânico, há muitos casos de caminheiros que rodam no limite e só param para a troca quando a lona praticamente não existe mais. Ângelo explicou que, além da inspeção visual, o motorista pode perceber o desgaste do componente pelo pedal dos freios. "Um sinal é quando os pedais ficam mais baixos", explicou.
O caminhoneiro também precisa atentar-se à regulagem das catracas. O ajuste pode ser manual ou automático. Os veículos fabricados a partir de 2010 já vêm com regulagem automática. "Quanto mais ajustadas as lonas, menor é o tempo de resposta dos freios. Essa regulagem é um processo fácil e pode ser feita pelo próprio motorista. Há motoristas que gostam das catracas mais apertadas e outros, menos", afirmou.
Os modelos mais modernos vêm com sistema de regulagem automático, que ajusta as catracas pelo computador de bordo. Mas, o mecânico sugere que o caminhoneiro verifique os ajustes, mesmo nos caminhões com regularem automática. "Às vezes, o caminhoneiro pensa que as catracas estão todas ajustadas, mas não estão. Por isso, é bom sempre dar uma olha."
As regulagens do cavalo e da carreta são diferentes. O sistema de freios injeta mais ar nas válvulas das rodas da carreta para evitar que, em caso de uma frenagem brusca, ocorra um "L" - quando a carreta sai de lado na pista. Quando o motorista não consegue mais fazer o ajuste das catracas é um sinal que a vida útil da lona está chegando ao fim.
Alguns caminhoneiros adotam uma prática perigosa para evitar os gastos com troca da lona: isolam a cuíca de umas das rodas e andam com apenas os freios em duas ou três rodas. "É uma prática perigosa porque, se ele precisar, os freios podem não segurar o peso da carreta", alertou o mecânico.
Para melhorar a vida útil do sistema é recomendado que o caminhoneiro utilize freios auxiliares em trechos de longos declives e faça a troca de marcha de maneira correta, assim evita-se que os freios sejam acionados mais vezes.
DEIXADOS DE LADO
A troca de óleo é outro item que, segundo Ângelo, os caminhoneiros não dão muita atenção. Ele deve ser trocado a cada 80 mil km. Um óleo velho não fará a lubrificação adequada provocando desgaste do pistão e da biela. A suspensão também é deixada de lado. Andar com uma mola quebrada pode aumentar o desgaste dos pneus, e comprometer o balanceamento do veículo.
A graxa do cubo de roda costuma ser negligenciada também. Segundo ele, é comum o mecânico verificar, na troca da lona, que a graxa se deteriorou ao ponto de ficar líquida. Sem graxa no cubo, o rolamento pode travar provocando um acidente. O indicado é fazer a troca da graxa a cada duas trocas de lona.
A lista de itens que precisam de manutenção periódica também inclui o engate da carreta ao cavalo (quinta-roda). "Se o engate da quinta-roda não estiver em bom estado, a carreta pode escapar e ficar desgovernada", alertou Ângelo.
O check-list de manutenção é longo e inclue ainda cardã, rolamento, pneus, entre outros itens.