Por sua proximidade com áreas de lazer, restaurantes, escolas e outras dezenas de atividades e serviços, a zona sul de Londrina vem atraindo empreendimentos e moradores. Com bairros já consolidados, como a Gleba Palhano, a região tem disponibilidade de terrenos e é lar de diversos tipos de empreendimentos, que vão desde condomínios verticais até os horizontais, além do forte caráter empresarial e corporativo.

Roberta Mansano , diretora da Vectra, destaca a Nova Prochet e suas áreas de lazer
Roberta Mansano , diretora da Vectra, destaca a Nova Prochet e suas áreas de lazer | Foto: Roberto Custódio/Divulgação

Roberta Costa Alves Nunes Mansano, diretora executiva da Vectra Construtora, ressalta que Londrina vem apresentando um crescimento urbano e imobiliário que vai além da Gleba Palhano, em regiões que muitas vezes são apelidadas de ‘Nova Gleba’ ou ‘Nova Palhano’. Ela destaca como exemplo a região da Nova Prochet, também na zona sul de Londrina. A região, segunda ela, reúne diversas áreas de lazer, que é uma demanda que veio com a pandemia.

Gleba Palhano, região bastante cobiçada em Londrina
Gleba Palhano, região bastante cobiçada em Londrina | Foto: Roberto Custódio

“[Com a pandemia] as pessoas passaram a olhar Londrina como uma cidade de desejo para se morar pela qualidade de vida, pela segurança, pela questão da mobilidade urbana, então eu acho que Londrina vem se destacando por isso”, opina. Ela ressalta que Londrina é um polo importante na área da educação, sendo que muitas pessoas vinham para estudar, mas retornavam para suas respectivas cidades. Agora, ela ressalta que esse cenário vem mudando, principalmente pelas oportunidades que vieram com o trabalho remoto.

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Mansano reforça que a zona sul de Londrina traz a possibilidade de um contato mais próximo com a natureza e a prática de esportes e de atividades ao ar livre, o que motiva sua crescente expansão. “A gente vê essa mudança de comportamento das famílias, que praticam esportes juntas, que correm, andam de bicicleta, tem grupo de beach tênis, campeonatos de tênis. Essa região está conectada com tudo isso”, pontua.

Mais do que um imóvel, um lar

Fernanda Pires, diretora de incorporação da Quadra Construtora, afirma que Londrina é uma cidade que tem muitos bairros atraentes. Ela ressalta que a zona sul é uma região que está em plena expansão e que é bastante cobiçada, como a Gleba Palhano e os bairros que ficam no entorno do Lago Igapó e às margens de avenidas como a Adhemar Pereira de Barros e a Harry Prochet. O motivo para que os olhos do londrinense caiam sobre a região sul, segundo ela, é por conta da boa infraestrutura e da disponibilidade de terrenos para construção.

Fernanda Pires, diretora da Quadra, explica que a zona sul é a que tem mais terrenos disponíveis
Fernanda Pires, diretora da Quadra, explica que a zona sul é a que tem mais terrenos disponíveis | Foto: Bruno Ferraro Weiss/ iDiulgação

“Mas o londrinense nunca abandonou o sonho de morar no centro”, pontua, acrescentando que a região carrega toda a história da cidade. Entretanto, o que afasta os novos empreendimentos do centro é a falta de terrenos. “Hoje, os empreendimentos são maiores, então você não consegue fazer em um terreno do centro porque eles são pequenos e, com isso, você tem que ir comprando um ao lado do outro para você viabilizar o empreendimento”, explica. Esse cenário faz com que, mesmo em regiões com ótima localização e infraestrutura, os empreendimentos enfrentem dificuldade para sair do papel.

A diretora pontua que Londrina tem público para ocupar todas as regiões da cidade, mas que a zona sul é a que mais tem terrenos disponíveis e que, por isso, recebe um número maior de empreendimentos. “É mais fácil viabilizar os empreendimentos [na zona sul], mas não quer dizer que ela é a única região cobiçada. A gente tem um movimento muito interessante de retorno ao centro porque a própria região sul tem um trânsito muito mais intenso”, pontua.

AVENIDA MARINGÁ

Além da região central, todo o entorno da Avenida Maringá também é bastante cobiçado pela população, aponta Pires. “São regiões que têm muitos atrativos, que têm uma infraestrutura muito boa, mobilidade [urbana] e que traz aquela ideia do bairro mais tranquilo, mas é mais complicado você viabilizar um número grande de lançamentos porque a disponibilidade de terrenos é muito menor”, afirma.

“Todos os lugares de Londrina tem seus atrativos e tem o londrinense que quer estar lá”, afirma. Segundo Fernanda Pires, o que faz cada pessoa ter a sua região de preferência é o que ela oferece e traz benefícios, como um imóvel mais perto do trabalho para economizar tempo de trânsito, shoppings, parques e escolas. “O mercado imobiliário não constrói casas ou apartamentos, ele constrói lares”, afirma.

“É um conjunto de coisas: são os serviços, a infraestrutura e aquela situação da tradição e de coração. Você pega, por exemplo, uma população mais jovem, ela tem um anseio pela zona sul, pela [Gleba] Palhano; já se você pega um casal mais velho, em que os filhos estão saindo de casa, eles são mais tradicionais e gostam de regiões onde eles nasceram e cresceram, então tem uma preferência pela centro”, detalha.

`A CIDADE VAI PARA ONDE TEM TERRENO´

Fernão Galindo, presidente do Grupo Galmo Empreendimentos Imobiliários, destaca que nos últimos 20 anos o crescimento mais notável em Londrina foi na região sul, principalmente pela atratividade que o Lago Igapó traz e pelo fato de que a Gleba Palhano teve um zoneamento que permitiu a verticalização que ela tem hoje. “A existência de bons shoppings, bons comércios, bons restaurantes, boa rede de serviços e o mais importante que é a disponibilidade de terrenos para construção porque a cidade vai para onde tem terreno”, afirma.

Fernão Galindo, presidente do Grupo Galmo: crescimento pela zona sul deve durar mais algumas décadas
Fernão Galindo, presidente do Grupo Galmo: crescimento pela zona sul deve durar mais algumas décadas | Foto: Divulgação

Outro ponto que fez com que a região sul apresentasse esse crescimento mais marcante foi o fato de que ela virou o polo empresarial da cidade. Segundo o presidente, as avenidas Ayrton Senna e Madre Leônia Milito recebem um fluxo de milhares de pessoas por dia, desde quem mora ali perto até quem trabalha ou que consome na região. “A zona sul também virou hoje, além de ser o ponto de expansão das novas moradias, a zona predominante da área corporativa e de negócios”, detalha, complementando que muitas empresas migraram do centro para a região sul.

`QUADRILÁTERO PARA VERTICALIZAÇÃO´

Já pensando no futuro, Galindo ressalta que a cidade deve seguir crescendo na zona sul, desde a região mais próxima da UEL (Universidade Estadual de Londrina) até o Jardim Botânico, seguindo pela Avenida Harry Prochet até a barragem do Lago Igapó. “É um quadrilátero para a verticalização, mercado corporativo e residenciais de médio e alto padrão que eu acho que nos próximos 20 anos tendem a ser mais expressivos”, afirma.

A região conhecida como Nova Prochet
A região conhecida como Nova Prochet | Foto: Roberto Custodio

Para o empresário, se comparada a cidades do mesmo porte, Londrina conseguiu ter uma qualidade de vida e de empreendimentos imobiliários que não foi vista em outro lugar. “Foram mais de 20 anos em que se construiu muita coisa legal no segmento residencial, corporativo, na disponibilidade de shoppings, então eu acho que Londrina está de parabéns. Tem um presente muito legal e um futuro que eu acho que vai ser melhor ainda”, finaliza

LESTE E NORTE

Gilmar Pereira, presidente do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina), pontua que, além da região sul, a cidade tem outras duas regiões em pleno desenvolvimento e crescimento urbano. A primeira é a região leste, que tem um contorno rodoviário (contorno leste) que impulsiona o desenvolvimento, assim como é lar da UTFPR (Universidade Federal Tecnológica do Paraná) e tem terrenos mais planos.

Segundo ele, na zona norte, os novos loteamentos são influenciados pela proximidade com a avenida Saul Elkind, que é um importante eixo comercial da região, assim como terrenos mais planos. Além disso, a região também tem forte caráter para habitações de interesse social e, inclusive, deve receber mais 352 empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida, além de outros 128 em uma área no limite entre as zonas norte e leste.

Por outro lado, o presidente afirma que a zona oeste tem pouca disponibilidade de terrenos e uma vocação comercial e industrial. “Sendo uma região mais ocupada e consolidada, seu crescimento é menor comparado às demais regiões da cidade. Além disso, há uma situação de conurbação entre Londrina e Cambé”, explica.

QUEM VEM PRIMEIRO

Na hora de explicar como uma cidade cresce, Pereira pontua que existem dinâmicas diferentes. A primeira acontece quando empreendimentos significativos, como shoppings e universidades, se instalam em áreas mais distantes para que, em seguida, o local receba moradores que vão usufruir desses serviços. Em outro cenário, os lotes residenciais são ocupados, gerando uma demanda de serviços e comércios, o que motiva a chegada desse segmento à região.

Crescendo pelas bordas, já que o custo é menor, o presidente pontua que esse tipo de expansão acaba sobrecarregando o sistema viário. Segundo ele, muitas vezes os serviços não acompanham os loteamentos, o que exige uma locomoção maior por parte da população para ter acesso. “Nosso Plano Diretor propõe que a cidade cresça, prioritariamente, através do adensamento, ou seja, através da ocupação das áreas que já são providas de infraestrutura e serviços públicos”, finaliza.