Mesmo com números tão pujantes, o modelo cooperativista ainda é pouco conhecido no Brasil e com muito espaço para crescer, garante o superintendente da OCB
Mesmo com números tão pujantes, o modelo cooperativista ainda é pouco conhecido no Brasil e com muito espaço para crescer, garante o superintendente da OCB | Foto: Divulgação
Mesmo com números tão pujantes, o modelo cooperativista ainda é pouco conhecido no Brasil e com muito espaço para crescer, garante o superintendente da OCB
Mesmo com números tão pujantes, o modelo cooperativista ainda é pouco conhecido no Brasil e com muito espaço para crescer, garante o superintendente da OCB | Foto: Divulgação

PIB (Produto Interno Bruto) com crescimento inexpressivo, postos de trabalho surgindo a conta-gotas e perspectivas econômicas que estão alicerçadas em reformas políticas cheias de polêmicas e dependendo do bom ânimo de Brasília. Se o Brasil caminha a passos lentos para entrar no eixo e retomar a pujança que a sociedade aguarda, o sistema cooperativista prova que é possível um caminho sólido, com números expressivos, mesmo em meio a este cenário ainda nebuloso do País.

Mostrar todas as ferramentas e ações que fazem este sistema tão promissor é o papel do superintendente da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), Renato Nobile, nesta 14ª edição dos EncontrosFolha. Toda a dimensão econômica e social das cooperativas – inclusive com uma abordagem interessante sobre o papel do Paraná para que essa engrenagem continue forte – será apresentada por ele durante o evento, também focando em perspectivas e desafios para o futuro.

Há cerca de duas semanas, a OCB apresentou, em sessão solene no Congresso Nacional, o Anuário do Cooperativismo Brasileiro apontando todos os números mais recentes do sistema que de, fato, fazem inveja a muitos setores nacionais que não conseguem caminhar neste ritmo. Dois números que chamam a atenção de Nobile e que serão apresentados de forma mais aprofundada no evento do Grupo FOLHA está ligado ao crescimento no número de cooperados e também de empregados no cooperativismo.

Entre 2014 e 2018, o número de cooperados saltou de 12,7 milhões para 14,6 milhões de pessoas, um incremento de 15%. Já o de empregados saiu de 361 mil para 425,3 mil, incremento de 17,8%. O Paraná é responsável por quase 25% dessas vagas de trabalho, chegando recentemente a 100 mil empregos gerados pelas cooperativas. “São dados bem impactantes pensando em todo cenário de dificuldade econômica, com crise de emprego, que estamos inseridos. Haja vista que o Brasil cresceu 5% neste mesmo período, segundo o IBGE”, avalia o superintendente da entidade.

Bem, o números de cooperativas de fato não cresceu tanto no Brasil, saindo de 6.582 para 6.828 no período analisado no Anuário. Ele justifica essa evolução em ritmo menor à aglutinação de muitas cooperativas, “porque assim se ganha em escala e economicidade”. Para ele, a justificativa para dados tão positivos está no próprio modelo do negócio. “O modelo societário, que antes de mais nada é uma empresa de pessoas, que por meio de uma atividade comum busca a melhoria econômica juntamente com a relação social faz toda a diferença. Mas ainda o modelo é pouco conhecido no Brasil e com um espaço enorme para crescer.”

Nobile cita como exemplo a França, onde uma cooperativa de crédito detém 24% do mercado financeiro francês. Nos Estados Unidos e Canadá, os valores também estão acima de dois dígitos. Na Índia, 80% dos fertilizantes produzidos saem de cooperativas. “Essa pujança inclusive faz com que defendamos cada mais legislações (em favor do sistema).”

Outra constatação de que o sistema não tem limites de crescimento está no próprio ramo de crédito nacional, como o leitor pode conferir em outras matérias deste caderno especial. Nobile relata que somando-se todas as cooperativas do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, elas acabam se tornando a maior rede de serviços financeiros do País, com 5,3 mil postos de atendimento. “Hoje temos cooperativas de crédito do Paraná instaladas na Avenida Paulista. Além disso, das 5.561 cidades brasileiras, em 594 delas a cooperativa de crédito é a única instituição financeira que atende aquela comunidade. Até o Banco Central reconhece esse processo, com toda a capilaridade e inclusão financeira que o cooperativismo de crédito pratica, de norte a sul do País.”