Omar Taha defendeu a ideia de que a tecnologia e a inovação geram redução de custos na operação
Omar Taha defendeu a ideia de que a tecnologia e a inovação geram redução de custos na operação | Foto: Gustavo Carneiro

Um dos painelistas do primeiro Rodadas de Conteúdo do Grupo Folha, que teve como tema “Inovação e Tecnologia na Área da Saúde - As tendências para o futuro”, o presidente da Unimed Londrina, Omar Genha Taha, comentou que tudo o que se preconizava na chamada Indústria 4.0 foi incorporado na área da Saúde devido à pandemia do coronavírus - para ele, uma doença complexa, de grandes dimensões, e que atingiu toda a população.

“O que se falava em Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), blockchain (um tipo de sistema que rastreia o envio e recebimento de informações pela internet), tudo isso foi pouco para enfrentar a pandemia. Quem já tinha algum componente de inovação nas empresas de saúde, conseguiu sair na frente. O que era luxo virou diferencial competitivo e depois passou a ser necessidade emergencial. Quem não tinha prática inovadora, acredito que nem sobreviveu à pandemia”, comentou o presidente da Unimed, que conta com cerca de 189 mil usuários em Londrina.

Para Taha, processos de uso de ferramentas como a teleconsulta e os aplicativos de gerenciamento dos planos de saúde foram acelerados e consolidados com o advento da pandemia. Ele comentou que uma grande parcela da população possui um smartphone com acesso à internet, sendo que as gerações mais novas estão mais habituadas a utilizar essas ferramentas, enquanto as mais antigas estão em fase de aprendizado.

“Hoje, se você não tiver um aplicativo instalado, muitas vezes não consegue pagar um convênio, acessar a receita de um médico. A Unimed, por exemplo, tem parceria com clínicas e laboratórios no sentido de que todos os exames laboratoriais, de imagem e rádio são colocados em nuvem e à disposição do usuário”, destacou.

Por outro lado, o desafio ficaria em investir e garantir esse acesso a todo o público. Médico radiologista, o diretor da Unimed exaltou em sua fala a importância da tecnologia, que segundo ele não deve ser tratada como algo que envolva grandes custos, e sim o contrário. "É preciso desmistificar que a tecnologia é algo caro. A pesquisa e a medicina, estas sim, são caras. Quando você utiliza da tecnologia e da inovação de maneira adequada, você consegue reduzir custos. O compartilhamento da redução de custos devem ser mediados pela inovação. A tecnologia deve ser uma ferramenta para se ter uma boa prática da saúde, compartilhando com a população todo o benefício trazido. Inovação não é apenas criatividade, é também quando você consegue desenvolver um produto ou serviço de forma diferente do que era antes".

Com a inteligência artificial vindo "para ficar", a avaliação de Taha é que o indivíduo será cada vez mais responsável pelo seu próprio cuidado. "O atendimento ao cooperador já passa por uma infraestrutura eletrônica avançada, e iremos ter novas tecnologias para o chamado auto atendimento. Não terá mais como delegar (o cuidado) somente a um profissional. A pessoa terá que se conscientizar de que é importante cuidar de si para preservar a saúde da comunidade ao seu redor", concluiu.