A tarde deste sábado da Expo Londrina contou com a presença de milhares de visitantes. A principal atração, a Esquadrilha da Fumaça, ou o EDA (Esquadrão de Demonstração Aérea), conforme nome oficial da Força aérea Brasileira, agitou os ânimos principalmente das crianças, que, nos ombros dos pais, admiravam maravilhadas as manobras das aeronaves da Embraer modelo Super Tucano A-29. O show durou cerca de 40 minutos.

A última vez que o Esquadrão esteve em Londrina foi em 2012, ainda com o modelo de avião T-27 Tucano, um pouco antes da sua desativação e transição para o atual A-29 Super Tucano, a grande novidade desta apresentação.

Ronaldo Agnoletto estava com o filho Artur, de sete anos, nos ombros. Ele conta que a criança pediu para ver os aviões e sonha em ser piloto. “Tem que incentivar ele a fazer o que gosta e ser feliz”, conta.

De acordo com o major aviador Juliano Nunes, piloto da Esquadrilha da Fumaça, o Super Tucano é uma aeronave de tecnologia nacional que foi projetada para, entre outras coisas, o ataque. “A adaptação dela para as apresentações da Esquadrilha da Fumaça foi fruto de uma série de estudos prévios e testes de segurança. Em 2015, depois de aproximadamente dois anos e meio desses estudos, fizemos nossa estreia com o A-29 diante do público. O Super Tucano se adaptou muito bem à nossa missão e em Londrina faremos a nossa 174ª apresentação com este modelo”, explica.

A equipe chegou a Londrina por volta das 10h30. Logo na sequência, a equipe de mecânicos, conhecida como Anjos da Guarda, realizou a preparação dos aviões para a demonstração. São utilizadas sete aeronaves na apresentação, e há uma reserva. Além delas, também há um avião maior de apoio, o C-95 Bandeirante. O apoio transporta o pessoal de solo, equipamentos sobressalentes e ferramentas.

ACIDENTE

No entanto, cerca de cinco minutos após o início da apresentação, uma égua que estava na pista central se assustou com o barulho dos motores e disparou em direção a um grupo de espectadores.Inicialmente três crianças se feriram levemente e foram retiradas de ambulância. Entretanto, segundo apurou a reportagem, oito pessoas incluindo o responsável pela égua, teriam se ferido. “Em princípio foram todos leves, algumas contusões na região na perna e braços, o próprio cavaleiro sofreu um pisão e havia a suspeita de fratura na costela, explica o Cabo Ronaldo do Corpo de bombeiros.

Em nota a SRP lamenta o ocorrido e diz que irá apurar a responsabilidade.

CORES DA BANDEIRA

Os novos aviões usados pela Esquadrilha da Fumaça continuam com as cores da Bandeira do Brasil, mas as tonalidades estão mais fortes. Outra inovação é o desenho da bandeira nacional na cauda do avião, feito de forma a passar uma impressão de que tremula com o vento.

Carinhosamente chamado de “Fumaça”, o Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA) foi criado em 1952 e é responsável pela divulgação da Aeronáutica por todo o Brasil e também no exterior. Sua missão principal é expandir a notoriedade da FAB.

Atualmente sediada na AFA (Academia da Força Aérea), em Pirassununga (SP), a Esquadrilha da Fumaça surgiu da iniciativa de jovens instrutores de voo da antiga Escola de Aeronáutica, sediada no Rio de Janeiro (RJ). Em suas horas de folga, os pilotos treinavam acrobacias em grupo, com o intuito de incentivar os cadetes a confiarem em suas aptidões e na segurança das aeronaves utilizadas na instrução, motivando-os para a pilotagem militar.

FORMAÇÃO RÍGIDA

Para fazer parte do Esquadrão de Demonstração Aérea é necessário ter experiência em voo. A Força Aérea Brasileira exige dos interessados 1.500 horas de voo, sendo que 800 horas devem ser de instrução.

Após a comprovação da experiência, o pedido para integrar a esquadrilha é encaminhado a um conselho que aceita ou não o novo membro. A partir daí, eles passam por treinamento teórico e realizam 80 missões (voos) de treinamento, antes de começar as apresentações pelo País. (Colaboraram Vitor Struk e assessoria de imprensa da ExpoLondrina)