O aumento por procedimentos estéticos cresce e, com ele, surgem novas técnicas que prometem melhorias no corpo. Nos últimos tempos é comum ouvir falar em hidrolipo. O nome, segundo o cirurgião plástico Antonio Juliano Trufino, é comercial, uma estratégia de marketing, já que, conforme ele explica, todo procedimento que envolve a remoção de gordura por meio de pequenos orifícios na pele e aspiração com cânulas ligadas a algum aparelho ou seringa que produzem vácuo se chama lipoaspiração.
"Não existe diferença entre hidrolipo e lipoaspiração. O que ocorre é que quando o médico fala em hidrolipo em geral ele quer dizer que a cirurgia será realizada em consultório e com anestesia local. Mas a forma de retirada da gordura é a mesma. O termo hidrolipo não é utilizado pelos cirurgiões plásticos do Brasil e do mundo. Isso pode ser facilmente observado nos livros, revistas e congressos da especialidade", diz.
Conforme o médico, em ambos os procedimentos é injetado uma solução composta de soro fisiológico e medicamentos. O que muda, explica ele, é a concentração dos anestésicos locais. Quando é utilizado anestesia local pura a dose destes medicamentos chega muito próxima ou ultrapassa a dose tóxica e, por isso, alerta ele, os riscos são maiores.
"Por isso que toda lipoaspiração deve ser realizada na presença de anestesista. Ela pode ser feita com anestesia local, geral ou peridural, mas o anestesista deve sempre estar presente para monitorar o paciente", explica.
O cirurgião esclarece que com a sedação o paciente dorme e são administrados outros remédios que fazem com que ele não tenha dor. Esta associação de técnicas faz com que as doses de todos os medicamentos sejam menores, reduzindo, assim, o risco de reações adversas.
Ainda de acordo com Trufino, quando se utiliza apenas anestesia local, o paciente fica acordado e pode sentir dor ou sentir o movimento da cânula embaixo da pele, o que gera desconforto e ansiedade. Além disso, completa o médico, como o anestésico é aspirado juntamente com a gordura, seu efeito acaba mais rápido.
Toda retirada de gordura remove também fluidos e eletrólitos do corpo, portanto, aconselha o cirurgião plástico, depois de qualquer um destes procedimentos é necessário fazer uma reposição dessas substâncias. Por isso, muitas vezes, informa ele, o paciente fica internado de um dia para o outro e, durante a internação, é prescrito medicamentos para evitar dor e náuseas.
Na hora de se submeter a um procedimento cirúrgico são várias as recomendações, segundo Trufino. Entre elas, que o cirurgião possua título de especialista em cirurgia plástica; a cirurgia deve ser realizada em hospital ou clínica com todos os recursos de segurança; o procedimento deve contar com equipe completa; o paciente deve fazer exames pré-operatórios solicitados pelo médico; respeitar os limites de segurança para o volume e área a ser tratada; seguir corretamente as orientações do médico após a cirurgia; seguir uma dieta correta e balanceada; fugir do tabagismo, que é prejudicial à saúde e à cirurgia.

Imagem ilustrativa da imagem Os perigos por trás da hidrolipo
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