“Quando eu for pra Disney, eu já vou saber como falar inglês, já vou falar bem”, planeja Marina Sapia, 7, que começou a cursar inglês há três anos
“Quando eu for pra Disney, eu já vou saber como falar inglês, já vou falar bem”, planeja Marina Sapia, 7, que começou a cursar inglês há três anos | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Quanto mais cedo a criança começar a aprender um novo idioma, melhor. É o que concluem estudos sobre neurociência na aprendizagem. A primeira infância (0 a 6 anos) é a fase que o indivíduo tem a maior plasticidade cerebral. Isso significa que, nessa etapa, a criança tem mais oportunidade de absorver e aprender coisas novas.

“Por isso, todo estímulo às crianças dessa faixa etária impacta na estrutura do cérebro a longo prazo. E o bilinguismo neste momento vem para somar”, destaca Renata Mello, diretora pedagógica da Yázigi.

Ela considera que o aprendizado da segunda língua não influencia somente na área da linguagem. “Auxilia também no aumento da flexibilidade do cérebro, na melhora do raciocínio e no desenvolvimento das habilidades emocionais, cognitivas, motoras e de concentração da criança", enumerou.

NATURAL

A professora Vivian Gagliardi, coordenadora do departamento infantil da Cultura Inglesa, considera que o aprendizado na infância e na pré-adolescência acontece de forma mais natural. “Entendemos que as crianças adquirem a língua, já que toda a metodologia para o ensino infantil está muito focada na realidade do dia a dia”, pontuou.

Ela acrescenta que o vínculo afetivo é o primeiro passo para o sucesso no aprendizado.

“A empatia é o fator fundamental para que a aquisição da linguagem aconteça, abrindo caminho para um ambiente saudável e seguro onde a criança se sente à vontade e feliz, consequentemente pronta para aprender.”

DIFICULDADE

A diretora da Red Balloon, Mariá Roland, afirma que o adulto tem mais dificuldade de aprender novas línguas em comparação às crianças.

“Após a adolescência, perdemos gradativamente a nossa capacidade de assimilar uma língua estrangeira no mesmo nível de língua materna, em especial em relação à pronúncia. Essa questão está associada a outros fatores como disponibilidade, inibição, dentre outros”, explica.

“Estudos mostram que há, na verdade, a questão da priorização na vida adulta e suas responsabilidades. Nem sempre a língua está como um elemento prioritário, pois, na maioria das vezes, precisamos focar na família, trabalho e cursos superiores”, acrescenta Vivian.

BELEZA

Foi um concurso de beleza que levou a estudante Marina Sapia, 7, a começar a cursar inglês há três anos, quando tinha apenas quatro aninhos.

Como prêmio da disputa, ela ganhou uma bolsa de estudos por seis meses em uma escola de idiomas, justamente no momento em que os pais já planejavam colocar a filha para aprender a língua inglesa.

A paixão de Marina pelo segundo idioma foi tão grande que os seis meses se passaram e ela continuou o curso. A expectativa da garota, que atua como digital influencer há mais de dois anos, é utilizar os conhecimentos na viagem dos sonhos que planeja fazer com a família em 2020 para a Disney.

Larissa Sapia e a filha Marina, 7: “A gente percebe que as crianças têm mais facilidade para assimilar"
Larissa Sapia e a filha Marina, 7: “A gente percebe que as crianças têm mais facilidade para assimilar" | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

“Quando eu for pra Disney, eu já vou saber como falar inglês, já vou falar bem. E prefiro que meu pai esteja junto, porque as coisas que eu não souber, ele me fala. E também já vou conseguir fazer amigos lá. Eles vão falar inglês e eu também vou falar”, planeja, empolgada.

“A gente percebe que as crianças têm mais facilidade para assimilar, não têm vício”, destaca a empresária Larissa Sapia, 34, mãe de Marina.

METODOLOGIAS

Segundo especialistas ouvidos pela FOLHA, as metodologias para as crianças assimilarem a segunda língua incluem o uso do lúdico e de imagens, atividades artísticas, aulas 100% do tempo em inglês, canções, teatro, jogos. Tudo isso com o objetivo de se aproximar da realidade da criança e provocar vínculo afetivo.