Em um dado momento no painel que encerrou os debates no Encontros Folha, o superintendente comercial da Integrada, João Bosco de Souza Azevedo, lamentou que a grade curricular dos cursos de Agronomia era parecida demais com aquela que ele lidou décadas atrás e que os novos agrônomos ainda se assustam quando recebem uma demanda que exija inovação tecnológica. Houve consenso entre os participantes: é preciso adaptar o ensino à nova realidade que se impõe.

O presidente da Sociedade Rural do Paraná, Marcelo Janene El-Kadre, painelista do evento, está disposto a colocar uma unidade escolar de ensino médio dentro do Parque de Exposições Ney Braga para ajudar a transformar esta realidade já antes do ensino superior.

A ideia está sendo articulada já há alguns anos, de forma reservada, com o governador Ratinho Junior e com a Secretaria Estadual de Educação. Conforme revelou o líder da Rural, o projeto está na etapa de modelar um arcabouço pedagógico e criar um novo perfil para os estudantes dos colégios agrícolas. A ideia é colocar no currículo noções de agricultura de precisão, uso de drones, inteligência artificial e computação em nuvem. A deputada federal Luísa Canziani e o presidente da Codel, Alex Canziani, reforçam o lobby e acreditam que no próximo ano letivo a unidade já possa estar operando.

“Tecnologia e inovação atraem os jovens. Tecnologia e inovação agregam valor na economia rural e fixam o homem no campo. Não é à toa que o êxodo rural caiu muito nos últimos anos”, frisou El Kadre, lembrando um dos aspectos positivos em propagar o conceito da agricultura 4.0 nas novas gerações.

“Uma das funções prioritárias da Rural é incorporar tecnologia, baixar custos, aumentar a rentabilidade das propriedades para que as famílias se mantenham no campo. Em Londrina, temos tecnologia no nosso DNA. Vamos fomentar esta vocação. Temos que acelerar este processo incorporando os jovens”, afirmou o líder da entidade, quase tão antiga quanto a cidade.

Horas depois da participação no evento realizado no Aurora Shopping, El Kadre embarcou para Brasília, onde teve a oportunidade de defender seus pleitos em concorridos gabinetes, incluindo uma visita ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, um pé vermelho de Bela Vista do Paraíso que se tornou líder do cooperativismo em Lucas do Rio Verde e depois senador pelo Mato Grosso.