O incentivo à leitura, ao conhecimento de mundo e a divulgação de projetos e iniciativas que acontecem dentro das escolas municipais é o trabalho que vem sendo realizado há quase três décadas pela Folha Cidadania, programa da Folha de Londrina que leva o jornal para dentro das salas de aula.

O programa dá voz e coloca em evidência alunos e professores da rede pública de educação que desenvolvem atividades aliadas à educação. O município de Londrina é parceiro desde o início e recebe mais de duas mil edições toda terça-feira para alunos do 5° ano das escolas sob sua administração.

Editora do Folha Cidadania e do Folha 2, Célia Musilli explica que esse é o segundo caderno especial mais duradouro da Folha de Londrina, que em 2023 completa 29 anos. Ela explica que o Folha Cidadania é um programa voltado a trabalhar temas que interessam à educação pública.

Segundo a editora, toda terça-feira, em um página espelho na Folha 2, é publicado um material que fala sobre os projetos ou iniciativas que são desenvolvidas dentro das escolas municipais de Londrina, parceira no projeto. “Eu acho que esse é um programa único na cidade que aborda esse universo da educação pública, inclusive colocando no jornal a fala dos professores, dos alunos, dos diretores e dos orientadores”, explica.

Apesar de o foco ser a educação pública da região, Musilli detalha que o caderno também traz discussões em nível nacional, como o uso do celular por crianças e plataformas de estudo que podem ser utilizadas por professores. Além disso, o objetivo é ampliar a discussão e envolver temas como o meio ambiente, que também está ligado à cidadania.

“O ensino público é o que carrega a maior parte dos estudantes e é um universo que merece todo o interesse por parte do jornalismo local e regional”, opina, acrescentando que a educação é um tema crucial e que precisa estar presente no dia a dia dos veículos de comunicação e em projetos especiais, como é o caso do Folha Cidadania.

PAUTAS VOLTADAS À EDUCAÇÃO PÚBLICA

Inédito na cidade, principalmente por ter quase três décadas de idade, a editora afirma que o Folha Cidadania traz para o conhecimento do público uma das áreas que mais transformam a sociedade, que é a educação, assim como a cultura. “É a transformação da sociedade através de pautas voltadas à educação para acompanhar a evolução desse segmento na cidade, as propostas e tentar valorizar e impulsionar esses projetos. Eu acredito que os professores e os alunos ficam muito felizes de se verem na FOLHA”, destaca.

Como parte do Folha Cidadania, toda terça-feira os alunos do 5° anos de todas as 88 escolas municipais de Londrina recebem as edições impressas do jornal. Além do material voltado à educação, eles também têm acesso ao que é notícia na cidade e no mundo. De acordo com Célia Musilli, os professores trabalham alguns temas voltados ao jornalismo, o que permite que os alunos conheçam o jornal, assim como estimula a leitura.

Na edição que vai parar nas mãos dos estudantes, a editora destaca que são feitos quadros com algumas palavras e termos importantes que estão presentes nos textos. No quadro, são apresentados os significados das palavras, que ajudam a ampliar o vocabulário e os conhecimentos dos alunos. Além disso, toda semana os alunos também têm acesso à coluna ‘Leiturinha’, que é escrita por Marcos Losnak. “Ele traz indicações do que há de melhor e de novidade nesse segmento infanto-juvenil e os textos são muito legais e acessíveis, conectando a criança ao universo da leitura”, ressalta.

VALORIZAÇÃO DOS PROFESSORES

Com o objetivo de qualificar a educação pública de Londrina, a editora conta que já foram veiculadas diversas matérias de incentivo à leitura, de educação financeira, sobre meio ambiente, sexualidade, dentre outros temas que interessam o público infanto-juvenil. “Eles ficam muito felizes quando a repórter vai na escola para acompanhar as atividades, assim como os professores também se sentem valorizados. Qual outro jornal dá espaço para a fala ou a foto de um professor?”, questiona.

Com um estande apresentando o jornal e o Folha Cidadania, a Folha de Londrina vai estar presente no Londrina Mais e a proposta, segundo Célia Musilli, é estender a parceria para outras cidades, tanto para falar sobre educação quanto para levar o jornal para dentro da sala de aula. “Quando eles [alunos] recebem o jornal, eles não vão ver somente o conteúdo do Folha Cidadania, mas também vão ter acesso a tudo o que está acontecendo na região de Londrina e em nível nacional e mundial. Os estudantes vão aprender a ler as notícias, a se informar, a se atualizar, tudo isso entra nesse pacote de conhecimento de mundo”, afirma.

Adriana De Cunto, chefe de redação da Folha de Londrina, destaca que o grande diferencial do Folha Cidadania é o pioneirismo, já que é um dos primeiros programas do Paraná a levar o jornal impresso para dentro das escolas. “É preciso destacar que a sua longevidade tem muito a ver com a capacidade da Folha de Londrina de se reinventar e de reinventar também um projeto tão importante”, ressalta.

Segundo a jornalista, o Folha Cidadania tem a missão de cultivar o hábito da leitura entre as crianças e incentivar o gosto pela informação e pelo saber. “Em meio a tantas tecnologias e entretenimentos, não podemos deixar que as crianças e os jovens percam o hábito de ler”, pontua, destacando que cultivar esse hábito deve ser visto como prioridade “em um tempo em que se lê cada vez menos”.

Já para a secretária municipal de Educação de Londrina, Maria Tereza Paschoal de Moraes, ter um veículo de comunicação como a Folha de Londrina disponível para os alunos auxilia no combate à desinformação. “A maioria das crianças dessa faixa etária, em todo o Brasil, tem pais que se informam pelo WhatsApp, a gente vive esse momento. Então quando você coloca um jornal impresso na mão de uma criança, você diz que existem fontes de informação para além das redes sociais”, ressalta.

Serviço:

O estande da Folha de Londrina no Londrina Mais está localizado no Pavilhão Nacional do Parque de Exposições Ney Braga. O evento acontece de 15 a 19 de agosto. O acesso ao evento é gratuito e aberto ao público.

“Eu vejo avanços diários na produção de texto", diz professora

Professora de 58 alunos do 5° ano na Escola Municipal Cecília Hermínia Gonçalves, no Jardim Sabará, Edilaine Pascoalino trabalha com o jornal durante as aulas desde o ano passado como material de leitura, pesquisa e sobre gêneros textuais. Ela detalha que discute com os alunos as notícias, as reportagens, as charges e os quadrinhos de diversas formas. “A gente também usa para diferenciar o que é fato e o que é opinião, por exemplo, dentro do jornal”, conta, afirmando que o jornal pode ser trabalho de diversas formas na sala de aula.

No início do ano, durante o primeiro contato da maioria dos alunos com um jornal impresso, o sentimento é de “estranhamento”, admite a professora. Depois, conforme eles vão conhecendo o que é um jornal, a importância e o que ele traz, os alunos começam a escolher seus conteúdos preferidos. “O jornal é um modo de incentivar a leitura, por exemplo, eu tenho aluno que eu já sei que ele gosta do caderno de esportes, então quando eles pegam o jornal ele já vai direto nessa parte; já outro prefere os conteúdos de cultura. Eles já conseguem manipular o jornal e gostam disso”, relata.

Destacando que a transição entre o 5° ano e o 6° ano é um momento importante na vida dos alunos, a professora afirma que esse conhecimento de mundo que vem através da leitura e do acesso à informação faz com que os alunos cresçam mais críticos. “Eu vejo avanços diários na produção de texto, na curiosidade para saber o que significa determinada palavra, então eles vão ampliando o vocabulário, tanto na fala, com as apresentações dos resumos das notícias, quanto na escrita dos textos”, ressalta.