A escola bilíngue é uma realidade em plena evolução em Londrina. Programas já existentes vêm se aprimorando e, por outro lado, escolas que não ofereciam a alternativa estão aderindo à modalidade com um intuito em comum: ampliar cada vez mais o horizonte dos alunos.

Com um programa pioneiro, a St. James trouxe duas novidades neste ano – a escola é hoje, no interior do Paraná, o único centro aplicador do SAT, exame padronizado nos Estados Unidos aplicado a estudantes do ensino médio que serve para admissão nas universidades norte-americanas. É o Enem com sotaque inglês.

Além disso, a escola se tornou o centro autorizado a fazer inscrições pelo UCAS (Sistema Unificado de Candidaturas às Universidades do Reino Unido), dando todo o suporte ao providenciamento de documentos e ao preenchimento de formulários.

E para o ano que vem, mais uma novidade: a escola vai inserir as aulas de colocação universitária, um complemento para o estudante competir em pé de igualdade com alunos de todo o mundo que almejam uma tão sonhada vaga numa renomada universidade internacional.

“São conteúdos com nível de dificuldade da etapa final do ensino médio e que já preparam o aluno para o meio universitário”, explica Reggie Aguiar, coordenador do programa de preparação internacional do ensino médio da St. James.

Ele explica que a preparação internacional começa desde o nono ano do ensino fundamental, mas o ensino bilíngue é rotina desde a educação infantil. “No nono ano, o aluno está inteiramente bilíngue. Com essa fluência, ele começa a se preparar para competir nas universidades lá fora em pé de igualdade.”

O programa complementar e facultativo ajuda o aluno nos processos de ingresso em universidades norte-americanas e europeias, além de prepará-lo para provas de proficiência em inglês. O estudante recebe ainda assessoria completa em questões como preenchimento de formulários, busca de universidades e construção do currículo conforme as exigências das instituições de fora.

“Nosso foco principal é deixar o aluno muito preparado no currículo brasileiro. Assim que haja interesse lá fora, oferecemos ferramentas de intercâmbio, preparação para as provas e orientação acadêmica.”

Mestrado fora

A administradora de empresas Ana Beatriz Montosa, 27, é uma “cria” da escola bilíngue – fez o ensino fundamental no St. James – que conseguiu aprovação nas universidades mais renomadas do mundo.

Há cinco semanas, ela começou a fazer mestrado em educação com ênfase em políticas públicas educacionais na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. O curso segue até setembro de 2021. “Meu plano é voltar para o Brasil e trabalhar no governo com políticas públicas educacionais”, revela.

Ana destaca que o ensino bilíngue lhe abriu muitas portas. Além de ajudar nos processos seletivos de estágio, emprego e mestrado – ela também foi aprovada nas universidades de Harvard e de Columbia –, a modalidade a fez refletir com mais clareza sobre o seu propósito e, com isso, ampliou seus horizontes.

Formada em administração de empresas pela FGV, Ana Beatriz decidiu fazer a transição da carreira, saindo de uma consultoria de gestão empresarial para a área de educação. Isso ocorreu após ter atuado como voluntária ensinando matemática para crianças na capital da Costa Rica, em 2016. “Notei por meio dessa experiência que precisava fazer algo com mais propósito, ajudar outras crianças.”

Ao voltar da viagem, Ana pediu demissão da consultoria e, depois, começou a trabalhar em uma ONG na formação de professores líderes, onde ficou até 2019.

Respirar

Imagem ilustrativa da imagem Escola bilíngue amplia horizonte dos alunos
| Foto: iStock

Enquanto a Ana Beatriz já foi tão longe após fazer escola bilíngue, os pais dos novatos são pura expectativa. “Hoje a segunda língua faz parte do respirar, não é mais um diferencial, é algo necessário para todas as áreas independentemente do que for escolhido lá na frente”, destaca a fisioterapeuta Alini Cardoso Mati. Ela tem dois filhos na escola bilíngue: Sophia, 7 anos, e Vitor, 3 anos.

Em um exame oftalmológico recente, Vitor já citou para o médico as figuras de animais que viu no aparelho em dois idiomas – “dog e cachorro”, por exemplo. “Fiquei muito surpresa e daí tive a certeza de que fiz a escolha certa”, conta Alini. O mais novo ingressou no ensino bilíngue neste ano.

Sophia, por sua vez, começou na escola bilíngue aos 3 anos. “Nas nossas viagens para fora, para o Caribe e para os Estados Unidos, ela brincou com outras crianças sem receio, interagiu de forma natural, pediu comida. A escola está dando asas para os meus filhos”, elogia.

O mais importante, diz Alini, é que o ensino bilíngue abre as possibilidades. “Lá na frente, eles não terão dúvida nem medo por terem contato com uma língua ou com um país diferente. Aprendendo desde cedo, tudo será mais saudável e tranquilo”, conclui.

Implantação

O Colégio Maxi implantará, em 2021, o programa bilíngue desde a educação infantil até o ensino médio. Opcional, o conteúdo será ministrado no contraturno escolar. Até este ano, a escola somente mantinha o inglês como língua estrangeira no turno regular, em todos os níveis.

“O objetivo do programa bilíngue é utilizar o inglês para o aluno se desenvolver em outras atividades. Em todos os níveis, o foco é formar um aluno que consiga transitar entre diferentes culturas, conviver de forma empática com as pessoas e gerar impacto positivo no mundo”, explica Luciana Haddad, coordenadora de língua inglesa do colégio.

No ensino fundamental 1, por exemplo, o aluno terá contato com algumas habilidades mais específicas no programa bilíngue, como o letramento digital, ou seja, a leitura e a produção de textos com propósitos variados. “São propostas reflexões a partir da perspectiva pessoal para o olhar global.” No nível 2, a matemática entra nessa reflexão, daí o aluno poderá ir ao laboratório, onde colocará a mão na massa para resolução de problemas.

Ao concluir o ensino médio, o aluno receberá um certificado internacional de educação emitido pela Universidade de Cambridge. “Será um jovem muito mais consciente do que quer fazer para promover um impacto positivo no mundo. O aluno poderá estudar no exterior, ou fazer uma escolha mais consciente de um curso no Brasil. Ele estará mais bem preparado, com repertório cultural muito grande”, conclui.