‘Pode ligar para a minha mulher que ela é fantástica para resolver essas coisas.’’ A frase é do ex-presidente da Paraná Esporte, Ricardo Gomyde, para um de seus assessores de campanha. O ex-deputado federal e ex-vereador se mostra um homem de família quando o assunto é Curitiba. ‘‘Meu lugar preferido na cidade é a minha casa, por causa dos meus filhos’’, diz. Gomyde é casado há oito anos com Cristina e pai de Sabrina, de seis anos, e Gilberto, de quatro anos.
  Mas se alguém insistir um pouco no assunto: ‘‘Tem uma paróquia no Abranches que eu acho muito legal’’, confessa. ‘‘Indo pela Mateus Leme, na Paróquia Santana, do ladinho da Vila Crachisnki’’, ensina. O que tem de especial na região? ‘‘Nunca freqüentei uma missa lá. Mas penso que é um lugar gostoso, legal para ir. É um local que eu já fui várias vezes. Tem uma praça, que é bem gostosa, tem bancos, é arborizada’’, justifica.
  ‘‘Não sei se tem a ver, mas eu sou Krachineski. Ricardo Krachineski Gomyde. E ali é a Vila Krachinski e, por coincidência, tem lá muita gente que vota em mim. O pároco local, que não é padre, é um seminarista e administra uma igrejinha católica ali, também sempre teve junto comigo. Gosto muito dele’’, conta. ‘‘Freqüento muito aquela região. Mas ali tem os mesmos problemas do restante da cidade, de saúde, educação, transporte’’, analisa.
  Ex-coroinha, Gomyde hoje freqüenta a Igreja Presbiteriana da Comendador Araújo. ‘‘Porque toda a família da minha mulher vai’’, justifica. O programa preferido da família é ir ao shopping. ‘‘Com criança tem que ir no shopping mesmo, leva para brincar, cinema, essas coisas’’, conta. A família mora no Batel, mas já morou no Bom Retiro, no Centro Cívico e no Cabral.
  Gomyde começou a vida pública na política estudantil. Em 1992 liderou junto com Luiz Fernando Pereira a ocupação do campus de Curitiba da Pontifícia Universidade Católica (PUC). Os estudantes ocuparam a universidade por 36 dias em protesto contra o reajuste nas mensalidades. Até uma rádio pirata foi montada no local para transmitir notícias da ocupação. Além de reivindicar a extinção do aumento, os manifestantes também queriam que a PUC permitisse que alunos inadimplentes pudessem assistir às aulas.
  No mesmo ano Gomyde chegou a presidência da União Nacional dos Estudantes (UNE), em pleno movimento pelo impeachment no ex-presidente Fernando Collor de Mello. Acabou se elegendo deputado federal em 1994. A carreira eletiva de Gomyde, no entanto, não evoluiu muito desde então. Só voltou a se eleger em 2000, quando conseguiu votação para ficar como suplente de vereador na Câmara Municipal. Acabou assumindo a cadeira quando Jorge Samek (PT) deixou a vaga.
  Em 2003 aceitou o convite do governador Roberto Requião para assumir a Paraná Esporte. Desde então tem se dedicado a projetos voltados para a área. ‘‘Tem gente que me conhece pelos trabalhos que fiz no esporte e nem conhece minha história política, minha atuação como deputado’’, avalia. ‘‘Há quem votou em mim para deputado e que não sabe que sou candidato a prefeito’’, diz.
  Apesar do desempenho fraco nas pesquisas ele não desanima. ‘‘Sempre tive um bom desempenho, um bom número de votos em Curitiba’’, diz. ‘‘Quando o público curitibano tiver chance de ver nossas propostas, vamos crescer nas intenções de voto’’, prevê.