A paróquia de Londrina ainda pertencia à diocese de Jacarezinho, em 1954, quando teve início o projeto da construção de uma catedral para a cidade que logo se tornaria diocese, o que de fato aconteceu dois anos depois, em 1956. O novo templo, no estilo neo-românico, substituiria a antiga igreja que havia sido construída em 1939, no estilo neo-gótico.
Para se ter uma idéia da imponência do templo que seria construído, o projeto dizia que não havia a necessidade de derrubar a igreja antiga antes do final da obra, pois ela caberia dentro da nave da nova edificação. Dessa forma, as paredes começaram a subir.
Os engenheiros resolveram iniciar o templo pelos fundos. A construção dessa parte demorou quatro anos. É o que ficou para os londrinenses do que fora projetado para ser a catedral de Londrina. Ou seja, ao contrário do que às vezes se comenta, a parte de trás da nossa atual catedral metropolitana, que pode ser vista por quem passa pela Avenida São Paulo ou sobe a Alameda Miguel Blasi, não é uma parte da antiga igreja, aquela em estilo neo-gótico, mas os fundos do que um dia foi projetado para ser a catedral dos católicos londrinenses.
Ela não chegou a sair totalmente do papel devido ao alto custo da obra e o grande tempo que seria necessário para concluí-la. Isso em uma época que a região enfrentou duas das piores geadas de sua história, as de 1952 e 1955, que deixaram grandes prejuízos para os produtores de café e, como consequência, para toda a cidade, na época conhecida como a ''capital mundial do café''.
Vendo que seria praticamente impossível tocar as obras adiante, Dom Geraldo Fernandes, o primeiro bispo de Londrina, nomeado em 1957, resolveu encomendar aos engenheiros paulistas Eduardo Rosso e Yoshimaso Kimachi um novo projeto. Com a idéia de se fazer uma ''grande tenda de Deus'', começou a ser construída a igreja que temos hoje.
Na cidade desde 1961, monsenhor Bernard Gafá, pároco da catedral, acompanhou de perto a demolição da igreja antiga, que aconteceu em 1968, e as obras do novo templo. Questionado se não foi um prejuízo para o patrimônio artístico e histórico da cidade a derrubada do templo construído em 1939, ele diz que não.
''Quando os ingleses projetaram Londrina, imaginaram que a cidade nunca teria mais do que 200 mil habitantes. Porém, o crescimento foi muito rápido e a igreja antiga havia se tornado pequena. Precisávamos de um templo novo. Além disso, ela estava mais para capela do que para catedral'', opina.
Sobre a construção do templo atual, Gafá lembra que o envolvimento de toda a sociedade foi fundamental para que tudo desse certo. ''Muita gente se empenhou. Fizeram uma comissão para cuidar da obra. Me lembro, por exemplo, do jornalista João Milanez, que fazia parte desse grupo e contribuiu bastante, principalmente com sua habilidade de comunicador''.
A catedral de Londrina foi inaugurada em 1972. Em 1991 ganhou a torre com os sinos. O templo está no ponto mais alto da cidade, local reservado desde o planejamento do município pela Companhia de Terras Norte do Paraná para receber a igreja.(W.S.)