Um dos acidentes ambientais que mais dizimou populações de animais ocorreu em Seveso, na Itália, no ano de 1976. No dia 10 de julho daquele ano, um rompimento no tanque de armazenamento de uma grande indústria química foi responsável pela contaminação de uma área de quase 2000 hectares da cidade. O produto dispersou-se pela atmosfera e solo da região.
O vazamento de dioxina, substância extremamente tóxica, não fez vítimas fatais humanas de imediato. Porém, a dispersão do gás provocou irritações cutâneas, intoxicações e enjoos. Já na fauna, o gás foi arrasador: cerca de 3000 animais morreram imediatamente com o vazamento e outros 70 000 precisaram ser sacrificados para não entrarem na cadeia alimentar e contaminarem animais não atingidos. Na ocasião, pássaros caíam mortos sobre as casas e quintais de Seveso, vítimas da dioxina.
O solo da região passou por um longo processo de tratamento e, hoje, 37 anos depois do Desastre de Seveso, como ficou conhecido o evento, não apresenta mais contaminações.
O acidente também ocasionou a tomada de novas medidas de segurança nas indústrias que trabalham com substâncias nocivas – indústrias do "tipo Seveso", como se popularizou na Europa. A União Europeia chegou a publicar a Diretiva de Seveso, com diretrizes mais rígidas para as empresas químicas.