Imagem ilustrativa da imagem O ministro de porta de cadeia
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No dia 13 de dezembro de 1968, os ministros da ditadura militar assinaram o AI-5, para sufocar a oposição.

No dia 19 de dezembro de 2018, um ministro do STF assinou o AI-13, para soltar Lula.

O primeiro e mais famoso beneficiado pela decisão de Marco Aurélio Mello é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre pena por corrupção e lavagem de dinheiro em Curitiba. Outros presos da Lava Jato também devem ser beneficiados; um grande número de criminosos anônimos, não sabemos quantos, também deve se beneficiar com a liberdade concedida pelo Papai Noel de toga. Isso não é um ministro, é um sinistro.

A decisão de Marco Aurélio é, ao mesmo tempo, ditatorial e obscena. Ditatorial por seu caráter monocrático e por pisotear uma série de decisões colegiadas da Justiça: do TRF-4, do STJ e do próprio STF. Obscena por afrontar um país inteiro; por nos chamar a todos de idiotas; por colocar na liberdade das ruas o líder de uma organização criminosa que se apossou da máquina pública, saqueou o Estado e arruinou o Brasil.

A 12 dias da posse do novo governo, esse Catilina com voz de Pato Donald faz a alegria dos corruptos e dos salafrários políticos que querem continuar vampirizando o Brasil. E vejam a sem-cerimônia com o que o sinistro Marco Aurélio justifica o seu ato:

"Sob a óptica do perigo da demora, há de ter-se presente a prisão ou efetivo recolhimento, antes da preclusão maior da sentença condenatória, não apenas dos condenados em segunda instância por corrupção - pelo denominado crime do colarinho branco -, mas de milhares de cidadãos acusados de haver cometido outros delitos. Se essa temática não for urgente, desconheço outra que o seja..."

É isso mesmo que vocês leram, meus sete amigos. Ele não quer apenas soltar Lula, mas "milhares" de outros condenados em segunda instância. Isso inclui assassinos, traficantes, estupradores e outros "cidadãos". Lembrei-me daqueles famosos resgates em penitenciárias, quando centenas de presos são libertados, mas na verdade o interesse era apenas soltar um chefão criminoso.

Para tornar a coisa toda ainda mais abominável, note-se que a ação para libertar Lula foi movida pelo PCdoB. Sim, o Partido Comunista do Brasil, aquele que idolatra os dois maiores assassinos da história (Mao e Stálin) e apoia o regime da Coreia do Norte.

A piada do "juiz de porta de cadeia" (lembram-se do plantonista petista do TRF-4?) subiu na carreira: agora temos o ministro de porta de cadeia. No 18 do Brumário, Marx diz que na história a tragédia e repete como farsa. No mundo dos juízes esquerdistas - também descrito por Diogo Fontana em seu livro "A exemplar família de Itamar Halbmann" -, a história é sempre farsa, em todas as repetições.

Durante a campanha, causou espécie um comentário jocoso de Eduardo Bolsonaro sobre "fechar o STF com um cabo e um sargento". Depois do que aconteceu ontem, o povo brasileiro passa a considerar essa piada como uma possibilidade concreta.

Ou o Brasil se liberta do crime, ou o crime acaba com o Brasil.

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