Imagem ilustrativa da imagem A pena de morte dos inocentes
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1. Nesta semana o papa Francisco promoveu uma mudança no Catecismo da Igreja Católica, tornando a pena de morte inadmissível em qualquer caso. É uma amarga ironia do destino que a Corte Suprema do Brasil esteja a um passo de aprovar a nefasta ADPF 442, que libera o aborto até a 12ª semana de gestação. Enquanto o pontífice faz um apelo pela vida, o STF faz um sinal para a morte.

2. A maioria do povo brasileiro rejeita o aborto. A lei brasileira rejeita o aborto. Os legisladores brasileiros rejeitam o aborto. Quem vê o ultrassom de uma criança na 12ª semana de gestação rejeita o aborto. Então, quem é que defende o aborto como um direito? Um pessoal aí que fala em "socialismo e liberdade".

3. Ao longo da história, as palavras "socialismo" e "liberdade" já se comprovaram inconciliáveis; tão inconciliáveis quanto as palavras "aborto" e "vida". Socialismo com liberdade é a quadratura do círculo. Além de elevar a miséria, a opressão e a censura a níveis jamais vistos, os regimes socialistas causaram, ao longo do século 20, mais de 100 milhões de mortes (isso numa estimativa assaz moderada). Trata-se do maior genocídio de toda a história da humanidade.

4. China: 70 milhões de mortos. Rússia: 20 milhões de mortos. Camboja: 900 mil mortos. Cuba: 97 mil mortos (em um país com a população do Paraná). E não estamos falando de soldados ou civis mortos durante guerras. Estamos falando de pessoas condenadas à pena de morte mais injusta e impiedosa que se pode imaginar. Nos casos da China e da Ucrânia soviética, o método de matar empregado na maioria dos casos era a fome. Como acontece hoje em nossa vizinha Venezuela... Só para efeito comparativo, a ditadura militar brasileira matou 400 pessoas em 20 anos; era o que um desses ditadores socialistas matava em uma tarde.

5. O aborto, tal como o socialismo, é a pena de morte decretada para uma vasta legião de inocentes. Na China, com a política do filho único adotada pelo regime comunista, a maior parte das vítimas desde 1949 são as meninas, que perderam o direito de nascer pelo simples fato de serem mulheres.

6. Sempre que falamos em aborto, estamos falando da mais indefesa das minorias humanas. O bebê no ventre da mãe é sempre a vítima fatal quando uma gravidez é interrompida artificialmente. No entanto, a mulher que pratica o aborto também sofre consequências terríveis: pesquisas científicas mostram a elevada taxa de suicídio, abuso de drogas e câncer de mama entre as mães que se submetem ao aborto.

7. Um aspecto pouco discutido da questão é o fato de que o STF, ao liberar o aborto contra a vontade do povo, estará usurpando os poderes que lhes foram atribuídos pela Constituição. Há uma frase atribuída a Ruy Barbosa que resume bem o perigo que enfrentamos: "A pior ditadura é a do Judiciário. Nela não há a quem recorrer". A aprovação do aborto até a 12ª semana será uma pena de morte para a democracia brasileira. Quem faz isso, fará qualquer coisa.

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