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Economia 5m de leitura

Os caminhos de nossa economia no novo governo

ATUALIZAÇÃO
04 de novembro de 2018

Marcos Rabalducci
AUTOR

Os caminhos de nossa economia no novo governo
Anunciado pelo futuro presidente da república como o superministério da Economia, que será resultado da fusão das pastas da Fazenda, do Planejamento e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Entender como pensa este economista nos dará pistas de como será a condução da economia brasileira para os próximos 4 anos.

De classe média, ...
Graduado em economia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Paulo Guedes é nascido no Rio, filho de uma servidora pública e de 1 vendedor de materiais escolares, concluiu seu mestrado e doutorado pela Universidade de Chicago.

... foi professor universitário, banqueiro...
Sócio e docente do Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), em 1983, com mais 2 sócios, fundou o Banco Pactual (um Banco de Investimentos, atualmente BTG Pactual).

... e comandará superministério
Guedes é sócio majoritário do grupo BR Investimentos, parte da Bozano Investimentos, mas está vendendo sua participação, como determina a lei, para assumir o ministério da Economia, que aglutinará as pastas da Fazenda, do Planejamento e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Formado na Escola de Chicago...
A Escola de Chicago é uma linha de pensamento econômico neoliberal, que foi disseminado por alguns professores da Universidade de Chicago (com destaque a George Stigler e Milton Friedman).

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... e, portanto, neoliberal...
Utilizado pela esquerda de forma pejorativa, o neoliberalismo é um conjunto de ideias políticas e econômicas que defende a pouca participação do estado na economia, deixando que as leis de mercado prevaleçam e garantam o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país.

...defende um estado mínimo...
Pretende conduzir um processo de privatizações arrojado, canalizando os recursos com as vendas para diminuir a dívida pública, promete a concessão à iniciativa privada de obras de infraestrutura, reservas para exploração do turismo.

... e equilíbrio fiscal
Defensor do teto de gastos do governo é a favor da manutenção do tripé macroeconômico, com regime de meta fiscal e de inflação, com câmbio flutuante, defende também a necessidade de uma simplificação tributária calcado em um imposto único federal.

Não espere politicas Keynesianas
O intervencionismo estatal, que foi a marca dos últimos governos, que entendia que o Estado deveria interferir na sociedade e na economia para garantir o bem-estar social, dá lugar ao entendimento de que a livre concorrência é o melhor regulador para o desenvolvimento econômico de que precisamos.

Keynes X Adam Smith
De tempos em tempos vemos a alternância entre situações que necessitam de mais intervenção do Estado, com situações que exigem deixar o mercado prevalecer. Penso que o momento agora seja de deixar o Estado de lado.

Ciclicidade e renovação...
Cada momento exige uma solução distinta. É como o movimento dos pedais da bicicleta. Fundamental que exista essa alternância, seja na economia, seja na política.

... para vencer os desafios atuais
Compartilho o entendimento de que o momento é para a aplicação de um ideário neoliberal, mesmo porque as condições para uma política Keynesiana não estão presentes. Temos um Estado endividado, setor privado com baixa capacidade de investimento e consumidor com renda comprometida.
Conhecimento Paulo Guedes tem. Que Deus lhe conceda a sabedoria.


Marcos J. G. Rambalducci , economista, é professor na UTFPR. Escreve às segundas-feiras.

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