Um lugar chamado perdão

Em Londrina, essa terra da consolação, existem alguns pedaços do Paraíso, como a Casa de Madre Leônia, o Santuário da Mãe Rainha e a réplica da primeira Igreja Matriz na UEL. Há alguns dias minha amiga Alessandra levou-me a um pedacinho do Céu que eu não ainda não conhecia: — o Oratório de Nossa Senhora do Silêncio.

Construído há cinco anos, o oratório é uma pequena capelinha de pedra onde cabem poucas pessoas. Mas no centro está a Pessoa: Jesus Cristo. Ao chegar a este lugar abençoado, ajoelhei-me diante do sacrário e rezei por alguns instantes. Depois admirei a beleza simples e atemporal do pequenino templo, onde há uma imagem de Nossa Senhora do Silêncio, padroeira de todos aqueles que não podem escutar. Durante muito tempo, eu fui um deles.

O rapaz que cuida do oratório depois levou-me até a igreja que está sendo construída ao lado do oratório, e que será a primeira paróquia no mundo destinada a pessoas com deficiência auditiva. A igreja deve ficar pronta nos próximos meses, e eu quero estar lá quando for inaugurada.

Voltamos ao oratório e o rapaz nos mostrou um pequeno mistério do lugar. De um pequeno vão entre as pedras da capela, brotou certo dia uma rosa. Ninguém sabe como isso aconteceu. Talvez as sementes da rosa tenham vindo misturadas com o material da construção; talvez alguma criança ou pássaro que passava por ali tenha inserido as sementes no vão das pedras; talvez o jardineiro tenha sido um anjo.

Mas o fato é que a rosa nasceu. E daquela primeira rosa vermelha, pequenina e solitária, vieram muitas outras, que hoje se espalham e brotam por toda a parede externa do oratório, misturadas com os jasmins. Todos que visitam o Oratório do Silêncio se encantam com a história de seu surgimento.

Todas as sextas-feiras, alguns padres se reúnem no oratório para ouvir a confissão dos fiéis católicos. É o Dia do Perdão. Muitos que ali comparecem também são devotos de Santa Filomena, uma jovem grega do século III que morreu martirizada em Roma, com apenas 13 anos, para manter-se fiel a seu divino esposo, Jesus Cristo. O nome Filomena quer dizer “Filha da Luz”. A cada sexta-feira, as pessoas saem de lá banhadas por essa luz e redimidas do pecado.

Eu gosto de pensar que a rosa vermelha do oratório — símbolo do martírio — foi semeada ali por intercessão de Filomena. E essa rosa é o perdão.

Nossa Senhora do Silêncio, rogai por nós.

Santa Filomena, rogai por nós.

Senhor Jesus Cristo, perdoai a nossa multidão de pecados.