Em recente artigo publicado neste jornal, meu amigo e colega José Antonio Pedriali relembra, de maneira oportuna, a encíclica “Rerum Novarum”, publicada pelo Papa Leão XIII em 1891. No histórico documento, o pontífice define a posição da Igreja frente aos problemas sociais modernos, ressaltando os valores da caridade, da compaixão e do amor ao próximo. A questão social sempre esteve presente nas reflexões desse grande papa. Por exemplo, na encíclica “Quod Apostolici muneris”, de 1878, ele define o socialismo como “peste mortífera, que invade a medula da sociedade humana e a conduz a um perigo extremo”. Na encíclica “Graves de Communi Re”, de 1901, o mesmo papa afirma, de maneira profética: “A colheita de miséria está diante dos nossos olhos, e os projetos terríveis dos mais desastrosos levantes nacionais estão nos ameaçando a partir do poder crescente do movimento socialista.”

Imagem ilustrativa da imagem Tirem o socialismo do altar
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Creio que Leão XIII de fato se revira, não no túmulo, mas no Reino Eterno onde se encontra, ao verificar o que alguns supostos católicos fazem ao defender partidos e doutrinas socialistas na atualidade. Foi exatamente por esse motivo que, há alguns meses, estive entre os idealizadores do movimento Brasil Católico, cujo principal objetivo é combater a infiltração ideológica na nossa amada Igreja.

O lema “Tirem o PT do altar” causou forte repercussão em todo o País. Nem todos sabem, porém, que o slogan original da campanha do Brasil Católico seria “Por uma Igreja sem partido”. Este cronista de sete leitores foi pessoalmente responsável pela mudança do slogan. Em primeiro lugar, porque “Igreja sem partido” é uma expressão vaga, que dá margem a equívocos. Os membros da Igreja são livres para expressar suas opiniões pessoais e participar da vida democrática — e isso inclui a filiação partidária. Jamais questionamos esse direito.

Mas o principal motivo da escolha do slogan foi o seguinte: — O PT não é um partido como os outros. Foi o partido que desviou cerca de um trilhão de reais dos cofres públicos; transformou a corrupção em método de governo; repassou o dinheiro do povo para bandidos bilionários; corrompeu as mentes das crianças e jovens; e ajudou a financiar ditaduras e movimentos genocidas, corruptos e ligados ao narcotráfico.

Em suma, o PT é um partido socialista. Não é aceitável que uma organização desse tipo tente utilizar como instrumento a Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Pessoalmente, sou contrário a qualquer interferência político-partidária em ritos religiosos. Jamais aceitaria que um padre fizesse campanha de filiação por qualquer partido — de direita, de centro, de esquerda ou tucano. A Igreja Católica veta o partidarismo político; outras denominações são livres para decidir o que fazer. Mas, dentro ou fora da Igreja, resta uma certeza: PT e cristianismo são opostos.

Assim como o diabo quer se fazer passar por justiceiro — afinal, ele é o pai da mentira —, o PT quer se fazer passar por um partido comum, aceitável na democracia. Não é. A única solução para o PT — e de todas as legendas filiadas ao Foro de S. Paulo — é fechar as portas. Que os companheiros fiquem longe do altar, do templo e principalmente do poder. Ah, também não deixem a chave do cofre perto deles.

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