Imagem ilustrativa da imagem Nós amamos a Igreja
| Foto: Paulo Briguet

Diz o epitáfio do Padre José Kentenich (1885-1968), um dos maiores homens do nosso tempo: “Dilexit Ecclesiam”. Traduzindo: “Amou a Igreja”. Creio que todo católico poderia perfeitamente adotar o mesmo lema.

Quem conhece a história do Padre Kentenich sabe que o seu epitáfio tem um significado poderoso. O fundador da Obra Internacional de Schoenstatt teve seríssimos problemas com as autoridades eclesiais de sua época, especialmente com os arcebispos alemães. Em 31 de maio de 1949, há setenta anos, ele registrou suas ideias especiais sobre o futuro da humanidade — entre as quais uma severa condenação dos coletivismos políticos — e como resultado amargou um exílio de 13 anos longe de sua amada Schoenstatt. Em 1965, todas as acusações contra o Padre Kentenich foram retiradas e ele pôde retornar à sua pátria.

Em nenhum momento, porém, Kentenich deixou de amar a Igreja. Seu espírito de obediência, mesmo quando sofreu as mais amargas críticas, permaneceu inconsútil. Ele amava a Igreja e, por isso mesmo, não queria vê-la tomada por materialistas, mecanicistas e coletivistas. “Todo seu amor pertencera à Igreja. Toda sua vida foi uma vida pela Igreja: pela Igreja na atualidade, mas sobretudo pela Igreja no futuro”, escreveu o biógrafo de Kentenich, Engelbert Monnerjahn.

E foi exatamente nesse amor incondicional à Igreja que pensei ao visitar o Santuário de Schoenstatt em Londrina, como faço todas as semanas. Contemplando o Santíssimo, pensei em todas as tribulações e sofrimentos vividos pelo Padre Kentenich durante sua vida heroica: a dor da orfandade, a perda dos amigos na guerra, o confinamento em Dachau, o duro exílio... Perto do que ele enfrentou, as nossas dificuldades são mínimas. Mas nem por isso devemos deixar de encará-las; nem por isso devemos fingir que elas não existem; nem por isso devemos deixar de cumprir a nossa missão, que consiste em seguir a tradição e a sabedoria acumulada ao longo de 2 mil anos.

Quando Jesus Cristo instituiu a Igreja, Ele sabia que todos nós éramos humanos e imperfeitos como Pedro, que o negou três vezes. Precisávamos — e continuamos precisando — de uma instituição sagrada que nos leve ao encontro de Deus.

Por isso, nós amamos a Igreja. A Igreja é nossa vida, nosso ar, nossa pátria. Queremos uma Igreja forte, heroica, destemida. Quem ama, cuida: assim, lutamos por uma Igreja livre das amarras ideológicas. Nosso partido é Jesus Cristo; nenhuma legenda humana deve ocupar o altar onde habita o Santíssimo. Nossa luta contra a infiltração esquerdista na Igreja é uma luta de amor; é a mesma luta de um pai ou da mãe que defende seus filhos; de um filho que defende seus pais; de um soldado que defende seu país. Nós queremos uma Igreja que anuncie o Evangelho, e não o programa de um partido político.

Nós amamos a Igreja porque amamos Jesus Cristo — e sabemos que, contra Ele, nenhum mal prevalecerá.