Ninguém tem maior amor.
A história de São Maximiliano Kolbe, frade polonês martirizado em um campo de concentração nazista
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quarta-feira, 11 de março de 2020
A história de São Maximiliano Kolbe, frade polonês martirizado em um campo de concentração nazista
Um dos santos do meu coração é o polonês São Maximiliano Maria Kolbe (1894-1941). Ele nos faz lembrar as palavras de Cristo: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”. (Jo 15,13)
Certa vez, na infância, Kolbe foi repreendido por sua mãe depois de fazer uma traquinagem. O menino estava triste e pensativo quando lhe apareceu a Virgem Maria, trazendo duas coroas, uma de rosas brancas, outra de rosas vermelhas. Maria pediu ao garoto que escolhesse uma das coroas. Kolbe, impetuoso, escolheu as duas. As brancas representavam a pureza; as vermelhas, o martírio. E assim foi.
Aos 13 anos, Kolbe entrou para o Seminário dos Frades Menores Franciscanos. Ainda como estudante, em 1917, fundou o movimento apostólico mariano “Milícia da Imaculada”. Assim que recebeu as ordens sacerdotais, o inquieto religioso polonês iniciou a publicação do jornal “Cavaleiro da Imaculada”, que em pouco tempo alcançou tiragens de milhares de exemplares. Assim como São Francisco de Sales, o padre Kolbe tornou-se um modelo para todos os jornalistas e comunicadores católicos. Com a palavra escrita, ele esforçou-se, como São Paulo, em ser “tudo para todos”.
Na Polônia, Maximiliano Kolbe fundou uma Cidade da Imaculada — Niepokalanow. No início dos anos 30, partiu em missão apostólica para o Japão, onde fundou um mosteiro denominado Mugenzai No Sono (Jardim da Imaculada), na cidade de Nagasaki. Em 1945, quando a bomba atômica foi lançada pelos americanos sobre Nagasaki, o Jardim da Imaculada, protegido pelas montanhas, teve inacreditavelmente poucos danos.
Em fevereiro de 1941, Maximiliano Kolbe foi preso pela Gestapo. Imediatamente foi enviado para o campo de extermínio de Auschwitz. No final de julho, um prisioneiro fugiu. A norma dos carrascos nazistas era terrível: a cada fuga, dez prisioneiros seriam “sorteados” para morrer de fome e sede, confinados a uma cela. Um dos dez prisioneiros escolhidos era um operário polonês chamado Franciszek Gajowniczek. Ele chorava desconsoladamente: “Sou um pai de família, não posso morrer!”
Nesse momento, o padre Kolbe pediu ao comandante nazista para morrer no lugar de Franciszek. A troca foi aceita. Kolbe passou 14 dias cantando e orando com os outros nove prisioneiros condenados. Aquela foi a sua última missão: conduzi-los à vida eterna.
Duas semanas depois, quando os guardas do campo abriram a cela da morte, Kolbe estava milagrosamente vivo, ao lado de três prisioneiros. O padre polonês foi executado com uma injeção de ácido carbólico. Conta-se que o prisioneiro estendeu o braço a seu carrasco e morreu olhando-o nos olhos. Era o dia 14 de agosto de 1941.
Em 1982, Maximiliano Maria Kolbe foi declarado santo por um conterrâneo, o papa João Paulo II. Na cerimônia de canonização, na Praça de São Pedro, estava presente com a família o homem que ele salvou, Franciszek Gajowniczek.
São Maximiliano Kolbe, rogai por nós. São João Paulo II, rogai por nós.
(Publicado originalmente em 14 de agosto de 2018)