Data comemorativa mais aguardada pelos varejistas, o Natal de 2023 promete ser bem melhor do que o do ano passado, ao menos para os lojistas paranaenses. Uma sondagem realizada pela Fecomércio PR em conjunto com o Sebrae/PR apontou que 81,3% dos consumidores pretendem presentear parentes ou amigos neste final de ano. O percentual está acima dos 78,8% registrados em 2022 e o valor do tíquete médio também subiu de um ano para o outro, de R$ 322,36 para R$ 337,96, alta de 4,8%.

Os resultados do estudo animam os lojistas que registraram vendas abaixo do esperado nas principais datas do varejo no primeiro semestre deste ano. Segundo o levantamento, a maioria dos paranaenses, um total de 83,6% de consumidores, irá comprar presentes para até cinco pessoas. Outros 13,4% incluíram na lista entre seis e dez pessoas e 3% deverão presentear acima de dez entes queridos.

“A principal data do varejo nacional promete ter um bom desempenho para os comerciantes paranaenses. A intenção de presentear no Natal cresceu em relação ao ano passado, bem como o tíquete médio. A compra pela internet se iguala pela primeira vez ao comércio de rua na série histórica da pesquisa, e a compra em shoppings também se destaca comparativamente ao levantamento anterior”, destacou o coordenador de Desenvolvimento Empresarial da Fecomércio PR, Rodrigo Schmidt.

As lojas do centro da cidade foram apontadas como o local preferido para fazer compras por 21,9% dos paranaenses ouvidos na pesquisa. As lojas de bairro foram citadas por 24,6%. Somadas, totalizam 46,5%, mesmo percentual das compras pela internet. Os shoppings vêm logo na sequência, com 44,8%.

Quanto a forma de pagamento, a maioria (67,2%) pretendem pagar à vista e 32,8% devem parcelar ou deixar para o vencimento do cartão de crédito.

Os itens de vestuário estão no topo da lista de presentes dos consumidores, com 57,5%. Os brinquedos devem corresponder a 42,8% das preferências, seguidos por perfumes e cosméticos (19,1%).

Com tanta disposição dos consumidores para irem às compras, o coordenador de Mercado Empresarial, Comércio e Varejo do Sebrae/PR, Luiz Antonio Rolim de Moura sugere que os lojistas pensem em facilitações que os aproximem dos clientes. “A utilização de tecnologias para tornar o pagamento mais prático, por exemplo, além de uma lógica de sugestões de produtos, promoções pensadas de acordo com o perfil do consumidor e, claro, com uma ampla divulgação nos canais de contato que têm com o seu público, como redes sociais e WhatsApp.”

33% dos brasileiros devem ignorar as dívidas e ir às compras

Com tantos apelos e estratégias para aumentar as vendas, os consumidores devem ter cuidado para não transformar o Natal em um pesadelo financeiro. Um levantamento realizado pela CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) em parceria com o SPC Brasil em 27 capitais brasileiras, apontou um dado preocupante: 33% dos consumidores que pretendem presentear amigos e familiares neste ano possuem contas em atraso e 69% deles estão com o nome sujo.

Outro dado revelado pela pesquisa que serve de alerta é que 24% dos que planejam comprar presentes no Natal costumam gastar mais do que podem e 9% pretendem deixar de pagar alguma conta para adquirir os presentes. A estimativa é que 15,2 milhões de consumidores brasileiros fiquem inadimplentes em seus compromissos financeiros devido às compras natalinas.

Segundo os consumidores ouvidos no estudo, as principais contas que deixarão de ser pagas são: internet (19%), TV por assinatura (17%), conta de água/luz (16%) e cartão de crédito (13%). “Muitas famílias já estão endividadas, por isso a prioridade deve ser o pagamento das contas. O recomendável é não se deixar levar pelas emoções e planejar as despesas de acordo com o orçamento, sempre priorizando a quitação de contas. Fazer uma lista prévia do que se deseja e pesquisar preços são as atitudes mais indicadas para não extrapolar o orçamento”, orientou o presidente da CNDL, José César da Costa.

Um outro indicador revelado pela pesquisa mostra a importância de seguir as orientações de Costa. No Natal do ano passado, 13% dos consumidores que compraram presentes tiveram seus nomes incluídos no cadastro de inadimplentes. Dentre eles, 8% continuam negativados. O valor médio das dívidas em atraso é de R$ 1.152.(S.S.)