A cortina do Cine Teatro Municipal na década de 1950 revela uma Londrina oriental. No evento de terceiro aniversário da Associação da Província de Kumamoto – Japão, o painel de tecido traz várias ilustrações. Eram motivos Shochikubai – pinheiro, bambu e ameixa, além de tsuru - cegonhas, símbolos auspiciosos na cultura japonesa. Estão listados, em escrita japonesa, os nomes de duas dezenas de empresas de proprietários nikkeis. Ficavam na av. Paraná, rua Sergipe, Quintino Bocaiuva e imediações.

Segue o conjunto: Bazar Marilia, de Irmãos Nakabayashi; Casa Santa Terezinha, de Isao Ideriha; Posto Tokyo, de Iwai, Otake e Takazawa; Jornal Paraná Shimbun, o único jornal japonês do Paraná; fábrica de implementos agrícolas e ferramentas Ueda; Toyota Automóveis do Brasil, na rua Quintino Bocaiuva; Imobiliária Anchieta e Amambay Companhia de Terras, de Oumi, Kawasaki, Oya, Tamura e Leman; Estúdio Fotográfico, de Murayama Toyo, na rua Quintino Bocaiuva e filial Edifício Sahão; Bicicletaria Motosima, marcas mundiais e atacado, de Torao Motosima, na rua Sergipe; Farmácias Nikkeis, de Kajimoto, Ideriha, Takagi e Irizawa; Ponto n. 4 de Autos, Casamentos, negócios, viagens com tranquilidade, de Kitagawa, Tan, Kamei e Saito; Edifício Tokyo de Okazaki; Casa Nippon, Discos, livros e instrumentos musicais, de Okuma e Hagi; Padaria Aurora, de Muramoto e Matoba; Loja de Roupas e Calçados Esportivos Hirata; “Osso”, nervo e massagem, de Nakano Yoshio, massagista credenciado, na rua Sergipe.

Setenta anos depois, tente resgatar os nomes, locais e imagens no labirinto da memória. Uma Londrina oriental num Norte do Paraná multicultural.

Humberto Yamaki, Coordenador do Laboratório de Paisagem da UEL