Nova Aurora segue liderando a produção de peixes no Brasil. A Pesquisa da Pecuária Municipal do IBGE aponta que o município da Região Metropolitana de Cascavel produziu 20,1 mil toneladas de peixes no ano passado, volume que representa 3,6% da produção nacional.

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| Foto: istock

No ranking dos cinco municípios que mais produziram peixes no Brasil em 2021, o Paraná está representado por três municípios – além de Nova Aurora, aparecem Palotina e Toledo, em 4º e 5º lugar no ranking, com a produção de 11 mil e de 9,8 mil toneladas cada, respectivamente.

No ano passado, o VBP (Valor Bruto da Produção Agropecuária) da produção de peixes em Nova Aurora ficou em R$ 163,5 milhões, alta de 23,8% em comparação ao ano anterior, quando atingiu R$ 132 milhões. O VBP é a riqueza produzida pela atividade dentro da porteira.

Para se ter uma ideia da importância da tilápia na piscicultura em Nova Aurora, somente o cultivo dessa espécie gerou um VBP de 143,4 milhões em 2021, que representa quase 88% do VBP total da atividade no município.

O município conta hoje com 290 hectares de lâminas de água para o desenvolvimento da piscicultura, sendo considerado a Capital Nacional da Tilápia pelo governo federal desde dezembro de 2019, por meio da Lei Federal 13.961.

“Para impulsionar ainda mais os índices econômicos do município, a prefeitura tem investido na adequação de estradas rurais, na execução de cascalhamentos e na pavimentação asfáltica sobre pedras irregulares. Com isso, facilita o tráfego e o escoamento da produção agrícola”, destaca Luiz Cezar Garcia, secretário municipal de Agricultura, Pecuária, Aquicultura e Meio Ambiente.

Nova Aurora abriga uma unidade frigorífica da Copacol, inaugurada em 2015, com capacidade para processar 145 mil tilápias por dia. Segundo a Secretaria Municipal da Agricultura, dentre os 120 piscicultores registrados no município atualmente, 90 são integrados à Copacol.

“O produto é comercializado no Brasil e também é exportado. Dentre alguns destinos estão Estados Unidos, Canadá, México, Iraque, Tailândia, Líbia e algumas ilhas do Caribe”, detalha o secretário.

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| Foto: Gustavo Pereira Padial

INDEPENDENTE

Há 27 anos criando tilápias em Nova Aurora, o piscicultor independente Claucir Boaretto não tem do que reclamar da atividade. Neste ano, a expectativa é produzir 500 toneladas do peixe.

“O mercado está aquecido porque tem pouco peixe para abate, então os preços estão bons, bem melhores do que em 2021”, compara.

Para se ter uma ideia dos valores, um ano atrás Claucir vendia o quilo da tilápia a R$ 6,70. Em outubro deste ano, a cotação subiu para R$ 8,20, uma valorização de 22%.

“Como sou produtor independente, a oscilação do preço do quilo da tilápia viva é o nosso maior desafio, já que varia muito de acordo com a oferta e a procura”, explica. A criação é vendida a dois frigoríficos da região, um em Cascavel e outro em Assis Chateaubriand.

Atualmente, Claucir vem obtendo cerca de 25% de lucro com a atividade. Os bons resultados, segundo o piscicultor, são produto de diversas práticas cotidianas, como cuidados com a criação que incluem, por exemplo, o monitoramento da água e a oferta de uma alimentação de qualidade aos peixes.

Hoje, ao todo, são 18 colaboradores que trabalham na criação, incluindo familiares e funcionários externos. A Piscicultura Boaretto, inclusive, dispõe de fábrica própria de ração para as fases iniciais de produção dos peixes.

ESTATÍSTICAS

Dados do Deral (Departamento de Economia Rural), órgão ligado à Seab (Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento), mostram que 94% dos municípios paranaenses apresentaram alguma produção de pescados em 2021 – ao todo foram 375, entre 399 municípios.

“A tilápia é a espécie mais produzida no Estado, tendo participação no VBP de 2021 de 77%. Outras produções envolvem alevinos, camarão marinho, pescado marinho de captura e pescados de água doce de captura”, destaca Edmar Gervásio, analista do Deral.

O VBP da piscicultura no Paraná foi de R$ 1,34 bilhão em 2021, alta de 25,8% quando comparado ao ano anterior. Desse total, somente a tilápia produziu R$ 1 bilhão em riquezas, o que representa quase 75% do VBP total da atividade no Estado.

IBGE

A pesquisa do IBGE mostra que, entre os estados brasileiros que produzem pescados, o Paraná se destacou mais uma vez e segue como líder nacional, com participação de 25,9%. Na sequência, vêm São Paulo e Rondônia, com participação de 9,3% e 7,7%, respectivamente

A criação de peixes em cativeiro (piscicultura) cresceu 0,9% no país, totalizando 559 mil toneladas em 2021, recorde da série.

Esse aumento foi puxado pela Região Sul, maior produtora nacional (35,4%) e com crescimento de 4,2% em relação a 2020, e pelo Centro-Oeste, que tem a menor participação (13,2%), mas apresentou o maior crescimento em 2021, de 7,5%.

Desde o início da série histórica, a tilápia segue liderando entre as espécies. Em 2021, foram 361,3 mil toneladas, ou 64,6% da produção total de peixes no Brasil.

A segunda espécie mais produzida nacionalmente foi tambaqui, que apresentou queda (5,9%) e chegou a 94,6 mil toneladas (16,9% do total da piscicultura). Essa espécie concentra-se principalmente no Norte, origem de 71,6% da produção nacional. Somando-se ao Nordeste (22,6%), ambas acumularam se 94,2% do total nacional