Avicultura cobra de candidatos agenda para fomentar o setor

Responsáveis por cerca de 70% da produção avícola nacional, os três estados do Sul brasileiro (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) acabam de divulgar uma carta aberta aos candidatos às eleições deste ano.

O documento, assinado pelo Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná), pela Acav (Associação Catarinense de Avicultura) e pela Asgav (Associação Gaúcha de Avicultura), aponta as prioridades do segmento com objetivo de alcançar adesão e comprometimento do setor público a uma agenda única, fundamental para garantir a implantação de melhorias estruturais e crescimento orgânico.

Os temas apresentados como prioritários ao setor avícola são: infraestrutura para transporte rodoviário e ferroviário para abastecimento de grãos, linha de crédito para geração de energia solar, biogás e reserva de água da chuva nas propriedades rurais; previsão orçamentária (em lei) para investimento e custeio das entidades estaduais de vigilância e controle sanitário animal e vegetal; ampliação da conectividade no campo, rede trifásica de energia e rede de biogás; e a aprovação do PL 1293/21, que trata do Autocontrole na Inspeção de Produtos de Origem Animal.

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Em tramitação no Congresso Nacional, o PL 1293/21 estabelece a fiscalização agropecuária por autocontrole. Na prática, produtor e indústria se responsabilizam pelo cumprimento das normas determinadas pelo Estado nas atividades agropecuárias, em forma de autorregulação, aos moldes da Declaração de Imposto de Renda. Caso seja encontrada alguma desconformidade, toda a cadeia produtiva passará por fiscalização mais severa.

“Nossa maior ênfase hoje é o transporte, já que os três Estados do Sul não produzem milho suficiente para abastecer a pecuária. Hoje, o milho representa 70% do componente das rações, então impacta muito o custo de produção”, destaca Irineo da Costa Rodrigues, presidente do Sindiavipar.

Ele cita ainda as dificuldades dos avicultores em relação à energia elétrica e ao abastecimento de água na produção, que ocorrem por conta da rede pública de distribuição de energia elétrica – ainda é necessária a ampliação da rede trifásica, baixando os custos e conferindo mais estabilidade no fornecimento.

“Quanto à água, algumas regiões não têm uma distribuição apropriada, portanto seria importante existir um programa de reserva de água das chuvas”, acrescenta. Em relação à conectividade, os avicultores precisam estar bem conectados nas propriedades para se comunicarem sobre sua atividade e, como o ciclo do frango é muito curto, o tempo é algo crucial. “Por conta disso, é necessário haver uma ótima comunicação em tempo real, com as informações fluindo de forma rápida e organizada com o auxílio da tecnologia.”

COBRANÇA

Sobre a carta aberta lançada recentemente, Irineo considera que o documento está sendo apresentado publicamente agora e, após as eleições, as entidades do Sul do País farão contatos com representantes do Legislativo e do Executivo (parlamentares, governadores e presidente) para que propostas de fomento saiam do papel.

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“O Sul precisa ter ferrovias e melhorias nas rodovias, além de toda infraestrutura de energia elétrica e conectividade. É preciso que seja dada atenção especial à sanidade dos rebanhos, que ano a ano está progredindo. Nosso Estado é livre de aftosa sem vacinação e o país obteve outras conquistas, sendo que não tem doenças como Newcastle nem gripe aviária, como ocorre em outros países. Esse enorme patrimônio sanitário precisa continuar com investimentos, com controle na divisa entre Estados para que esses vírus não cheguem.”

ESTATÍSTICAS

O Brasil é o líder na exportação mundial de carne de aves e o Paraná é o maior produtor e exportador de carne de frango do País. O setor avícola responde hoje por 18% do VBP (Valor Bruto de Produção) da agropecuária paranaense.

Da produção de 4,9 milhões de toneladas anuais de carne de frango, o Paraná destina aproximadamente 3,1 milhões de toneladas (64%) para o mercado interno e 1,8 milhão de toneladas (36%) para exportação, o que, além da sua importância socioeconômica, representa uma significativa contribuição da avicultura paranaense para a segurança alimentar no País e no mundo.

Em território paranaense, a avicultura emprega atualmente 85 mil pessoas, sendo responsável por 35% da produção nacional e responsável por 45% da exportação de frango em todo o País.

ACESSO

Para ter acesso à carta de reivindicações na íntegra, basta acessar: sindiavipar.com.br/blog/2022/08/01/carta-aberta-aos-as-candidatos-as-do-pleito-202

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