O Tubarão encerra neste sábado (16) a maratona de três jogos fora de casa, que começou no dia 5 deste mês, no 3 a 0 sobre a Chapecoense na Arena Condá (em partida atrasada da 10ª rodada) e passou pela dura derrota na Ilha do Retiro para o Sport por 2 a 0, no sábado da semana passada. O adversário da vez será o Ituano, às 11 horas, no Estádio Novelli Júnior, em Itu (SP), válida pela 18ª rodada da Série B.

Caprini é a esperança de eficiência no ataque do LEC hoje em Itu
Caprini é a esperança de eficiência no ataque do LEC hoje em Itu | Foto: Sheyla Dantas/LEC

O LEC encarou uma semana turbulenta, com pendências financeiras e novos episódios de atrasos salariais que vieram à tona, inclusive com ameaça de alguns jogadores de não treinar (leia mais abaixo).

Em entrevista coletiva no CT da SM Sports nesta sexta (15), antes da viagem para o interior de São Paulo, o técnico Adilson Batista se mostrou confiante em “roubar” pontos longe do Estádio do Café. “Dos nove pontos fora, a gente já conseguiu três. Vamos tentar ou o quarto ou o sexto (ponto). Temos que ir com a mentalidade de trazer 3 pontos”, destacou.

Em 11º lugar na tabela, com 22 pontos, o Tubarão vai enfrentar um Ituano que é o 14º, com 18 pontos, vem de duas derrotas seguidas (para Criciúma e Sampaio Corrêa) e está sem vencer em casa desde o final de abril, ou, há cinco partidas. O fraco retrospecto em casa foi um dos motivos que fizeram com que a diretoria demitisse nesta semana o técnico Mazola Junior. O auxiliar Carlos Pimentel assume como interino e ficará à beira do gramado na partida de hoje.

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Essa mudança no comando técnico do adversário do LEC não passou em branco para o treinador alviceleste. “O Mazola Junior é meu amigo e um grande profissional. Agora temos que respeitar o (Carlos) Pimentel, que também tem um conhecimento muito grande de futebol. Já conversei e orientei o elenco, mostrei e criei situações que possam acontecer com as mudanças, em termos de posicionamento, esquema. Desde quarta-feira já temos orientado e estamos atentos quanto a isso” afirmou Adilson.

O técnico do Tubarão acredita em um Ituano mais ofensivo. “Com o Mazola, existia uma linha de três zagueiros e cinco na defesa. Acredito que agora terá mais gente no meio, nos lados. Nós teremos o mesmo comportamento: com a bola, ter aproximação e liberdade pra criar, e sem a bola ter o compromisso de se ajudar e evitar os erros que temos cometido ao longo da competição”, destacou.

MANUTENÇÃO DO TIME

Algo que ainda não foi possível na Série B, a escalação do mesmo time em dois jogos seguidos é uma possibilidade para o comandante alviceleste, que terá à disposição todos os que estiveram no duelo contra o Sport, inclusive o volante Jhonny Lucas, absolvido por unanimidade no STJD após a expulsão no empate em casa contra o Tombense por 1 a 1, pela 14ª rodada. Ele corria o risco de ficar de fora por até seis rodadas. Mesmo com o elenco completo, Adilson fez mistério na escalação. "Tenho que olhar a parte física. Uns entram e entram bem. Às vezes o outro sente. A Chapecoense é diferente do Sport, que é diferente do Ituano. Cada um tem um posicionamento e características diferentes”.

RETROSPECTO É MORNO, MAS FAVORECE O LEC

Em toda a história, Londrina e Ituano se enfrentaram quatro vezes, sendo três empates e uma vitória do LEC, no último encontro entre os dois times, pela Série C de 2020, quando o Tubarão venceu por 1 a 0, com gol de Victor Daniel.

EM ITU

ITUANO

Pegorari; Elacio Cordoba (Pacheco), Bernardo (Lucas Dias), Léo Santos e Roberto; Rafael Pereira, Kaique, Dudu e Caio (Gerson Magrão); Rafael Elias e Neto Berola (Aylon) Técnico: Carlos Pimentel (interino)

LONDRINA

Matheus Nogueira; Samuel Santos, Saimon, Vilar e Alan Ruschel (Eltinho); João Paulo, Jhonny Lucas e Gegê; Mirandinha (Gabriel Santos), Caprini e Douglas Coutinho. Técnico: Adilson Batista

Árbitro: Paulo César Zanoveli da Silva (MG)

Auxiliares: Felipe Alan Oliveira (MG) e Leonardo Henrique Pereira (MG)

Local: Estádio Novelli Júnior, em Itu (SP)

Horário: 11 horas

ADILSON teve que intervir para evitar greve no elenco

A semana dentro do Londrina foi marcada mais por fatores extracampo do que dentro das quatro linhas. Na parte financeira, o “transfer ban” decretado pela Fifa e os atrasos no pagamento de salário e direitos de imagem agitaram os bastidores do LEC, até mesmo com a possibilidade de uma greve por parte do elenco, que ficaria sem treinar. Perguntado sobre sua atuação para acalmar o elenco, Adilson Batista preferiu deixar de lado as polêmicas. “A gente está há alguns anos no futebol. Acho que existem coisas piores do que o que aconteceu durante a semana. Uma doença, a morte de um ente querido. Já vivenciei isso e sempre alerto para o lado do bem, do respeito e do profissionalismo. Temos objetivos na competição e não é deixando de fazer algumas coisas que eu não concordo é que vamos atingi-los. Eu sou positivo e tento ajudar. Essa é minha função”. (E.N)

“NÃO SOU FINANCIADOR, SOU GESTOR”

O gestor de futebol do clube, Sérgio Malucelli, afirmou em entrevista à Rádio Paiquerê 91,7 que quitou a dívida com a Fifa e o clube camaronês (R$ 320 mil) que cobrava valores referentes à venda do atacante Joel ao Cruzeiro, em 2015, mais a folha salarial. O que teria ficado pendente seriam os dois meses de direito de imagem atrasados. Segundo Malucelli, por mês o Londrina gasta aproximadamente R$ 170 mil com este tipo de pagamento ao jogador. Na entrevista, Malucelli alegou que os atrasos também se dão por conta da dificuldade de liberação da verba por parte do Londrina, e criticou os dirigentes do clube. “(O Londrina) nunca nos viu como parceiro, mas sim como pagador de contas. Não sou financiador, sou gestor. Em 11 anos de parceria, nunca deixei de cumprir nenhum compromisso. Quando o clube recebe verba, demora para repassar", polemizou. O gestor deu ainda informações sobre receitas e despesas mensais do clube. De acordo com ele, são R$ 520 mil/mês da CBF mais R$ 150 mil de patrocínio. Já a folha salarial do clube é da ordem de R$ 550 mil, que se soma aos R$ 170 mil de direitos de imagem e cerca de R$ 120 mil com gastos no CT, como alimentação de atletas e funcionários. Entre as cotas de TV destinadas aos clubes da Série B, que neste ano gira mem torno de R$ 7 milhões, Malucelli afirmou que 10% deste valor vai para o Londrina, e que ainda assim, o déficit mensal fica entre R$ 200 mil a R$ 300 mil. (E.N)

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