Após a alta expressiva do tomate de janeiro a abril no Paraná, o preço do legume começou a cair em maio, à medida que avança a colheita da segunda safra no Estado e também em outras regiões do Brasil.

Rogério Nogueira, engenheiro agrônomo do Deral (Departamento de Economia Rural), órgão ligado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, explica que o avanço da colheita fez com que houvesse aumento na oferta de tomates nas prateleiras. “As regiões produtoras já estão mandando tomate para o nosso Estado”, pontuou.

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O técnico acrescenta que, na Ceasa de Curitiba, as caixas de 20 kg de tomate já baixaram 40% em maio na comparação com o mês anterior, sendo comercializadas por R$ 90.

“No mês de abril, a caixa era comercializada a R$ 160 na Ceasa. Os preços tendem a recuar entre maio e setembro, na medida em que a colheita da 2ª safra avança”, destacou.

TENDÊNCIA

Paulo Cesar Venturin, gerente da Ceasa de Londrina, destacou que o preço da caixa de 20 kg no entreposto do município chegou a cair pela metade em maio na comparação ao mês anterior – de R$ 160 para R$ 80. No entanto, o frio registrado nos últimos dias fez o preço subir um pouco.

“O frio causou a dormência do produto, que não conseguiu amadurecer. Com isso, a caixa está sendo comercializada na Ceasa de Londrina a R$ 110”, afirmou.

Ele acrescenta que a tendência é os preços caírem nos próximos meses por conta da maior oferta de tomate no mercado.

Na Ceasa de Londrina, o aumento da oferta já é notório. O entreposto comercializou, em maio, um volume 31% superior de tomate saladete em comparação ao mês anterior – a quantidade comercializada saltou de 750 toneladas em abril para 984 toneladas em maio.

A maior oferta do produto no mercado já está afetando o cotidiano do consumidor. Enquanto em abril encontrava-se o tomate a até R$ 11 o quilo em supermercados e quitandas de Londrina, atualmente o preço gira em torno de R$ 7 a R$ 8.

“Em abril, o tomate chegou até 160 reais devido a diversos fatores, principalmente pelo maior preço da matéria-prima para produzir na propriedade rural”, explica o gerente da Ceasa.

PRESSÃO

O aumento de custos de produção de tomate é uma grande reclamação dos produtores rurais. O agricultor Eleandro Marcos Santos, que planta tomates em Reserva (maior município produtor do legume no Estado) há 18 anos, aponta que de janeiro do ano passado até hoje o aumento no preço dos fertilizantes foi de 350%, e de defensivos, 100%.

“Vai ser difícil termos lucro. Se continuar esse aumento de preço dos fertilizantes e dos defensivos, penso em parar a atividade, pois o lucro está sendo cada vez mais difícil”, destaca.

PRESENÇA

Mais de 80% dos municípios paranaenses produzem tomate. Dentre os 399 municípios do Estado, 323 cultivam o legume.

O VBP (Valor Bruto da Produção Agropecuária) do tomate em 2020 ficou em R$ 546,8 milhões no Paraná, segundo o Deral.

As três principais regiões produtoras de tomate no Paraná em 2020 foram Ponta Grossa (29 mil toneladas), Curitiba (19,5 mil toneladas) e Ivaiporã (15,9 mil toneladas). Os municípios com maior produção nesse ano foram Reserva (região de Ponta Grossa), Marilândia (região de Apucarana) e Faxinal (região de Ivaiporã).

No ranking nacional, o Paraná é o 5º maior produtor de tomate do Brasil, ficando atrás de Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Bahia.

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