Ex-presidente estadual do Podemos e atual pré-candidato ao governo do Paraná pelo PSDB, Cesar Silvestri Filho avaliou que a decisão do ex-juiz Sergio Moro de trocar de legenda e desistir da candidatura à Presidência pode mexer com a corrida eleitoral ao Palácio Iguaçu. Isso caso haja uma coligação em nível nacional entre União Brasil (novo partido de Moro), PSDB e MDB para viabilizar um candidato único da chamada terceira via na disputa presidencial.

Imagem ilustrativa da imagem Para Silvestri, desistência de Moro pode mexer na disputa estadual
| Foto: Roberto Custódio

“Se esse esforço para a construção de uma convergência for pra valer mesmo, é natural que esses partidos procurem replicar nos estados a formação de palanques que deem visibilidade ao nome escolhido. Não faz sentido nenhum, por exemplo, esses partidos que estão compondo aliança darem seu tempo de televisão (na propaganda eleitoral) a um candidato a governador que vai apoiar o adversário”, afirmou Silvestri em visita à FOLHA ontem (1º).

O tucano avaliou que a saída de Moro do Podemos é “consequência natural” de “uma série de estratégias equivocadas” que o partido vinha tomando, especialmente no Estado. O pré-candidato ao governo deixou a legenda no ano passado por não concordar com a decisão do Podemos em abrir mão de uma candidatura própria ao Palácio Iguaçu em detrimento de apoiar a reeleição de Ratinho Jr. (PSD) e viabilizar palanques para Moro na corrida à Presidência e Alvaro Dias ao Senado.

“Isso, lá atrás, mostrou para mim que o projeto ia se inviabilizando", disse Silvestri, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Guarapuava (Centro) que se coloca como uma espécie de “terceira via” na disputa pelo governo. “Vejo minha candidatura importante para o cenário eleitoral no Paraná, que estava sendo conduzido para um cenário de polarização forçado pelos interesses do próprio governo numa cooptação geral de vários partidos, à exceção do PT. Se não houvesse alguém com a disposição de enfrentar esse quadro, o Paraná teria que ficar obrigatoriamente limitado a escolher entre o atual governo ou o candidato do PT (o ex-governador Roberto Requião)". Outro pré-candidato é o deputado federal Filipe Barros, que nesta sexta (1º) migrou para o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro (PL).

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ENCOLHIMENTO TUCANO

Crítico da gestão de Ratinho Jr., sobretudo na área da segurança pública e na condução do novo modelo de pedágio, o ex-prefeito de Guarapuava minimizou o atual momento de encolhimento do PSDB em níveis estadual e nacional. O partido, cuja maior liderança no Paraná, o ex-governador Beto Richa, chegou a ser preso acusado de esquemas de corrupção, fracassou nas últimas eleições – os tucanos perderam cadeiras na Assembleia Legislativa e prefeituras importantes.

“Apesar do mau momento que o partido viveu no passado recente, pra mim o que mais importou foi a disposição do PSDB em fazer política, de realmente buscar um algo novo e permitir um ciclo de renovação que está acontecendo aqui no Estado”, disse o pré-candidato de 41 anos.

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