Segundo o coordenador do Marista, a prova da UEL se tornou mais exigente, tendo em vista que as questões de conhecimentos gerais estão um pouco diferentes dos vestibulares anteriores
Segundo o coordenador do Marista, a prova da UEL se tornou mais exigente, tendo em vista que as questões de conhecimentos gerais estão um pouco diferentes dos vestibulares anteriores | Foto: iStock

A UEL caminha para o seu segundo vestibular em fase única, num modelo adaptado devido à pandemia da Covid-19. Ampliou-se o distanciamento social e diminuiu-se o tempo de prova e, principalmente, a quantidade de questões.

O que antes eram 60 questões de conhecimentos gerais, 20 questões de língua portuguesa e literatura, 10 de línguas estrangeiras e 12 de conhecimentos específicos – 112 no total –, se tornaram menos da metade: 50 questões, sendo 36 de conhecimentos gerais, 10 de língua portuguesa e quatro de línguas estrangeiras, com a retirada das questões discursivas da prova de conhecimentos específicos.

O coordenador de ensino médio do Colégio Marista de Londrina, professor Nilson Douglas Castilho, disse que ex-alunos relataram dificuldade no novo modelo. “Se tornou uma prova mais exigente, tendo em vista que as questões de conhecimentos gerais estão um pouco diferentes dos vestibulares anteriores”, explicou.

Castilho também listou um outro possível motivo para essa dificuldade. “Antigamente muitos alunos focavam seus estudos na prova das ‘específicas’, aplicada para os aprovados na primeira fase. Se criou essa cultura em Londrina. Hoje, com menor número de questões em todas as áreas, a possibilidade de acerto também diminuiu, o que elevou a régua de dificuldade devido a prova em fase única. A margem de erro é muito menor”.

Maior impacto nos conhecimentos gerais

Perguntado sobre onde aconteceu o maior impacto na prova, o professor respondeu que foram as questões de conhecimentos gerais. “Há menos espaço para colocar uma grande quantidade de conteúdo, porque o Manual do Candidato não reduziu em nada os assuntos cobrados de quando essa prova tinha 60 questões. Isso, com certeza, é mais desafiador para o aluno”.

Nas questões de língua portuguesa e literatura, Castilho foi pontual. “Continua uma ou outra questão gramatical e de interpretação, e a leitura das obras literárias. Não tem tanto peso se tiver 10 ou 20 questões, é ler as obras e ter conhecimento linguístico. A leitura (das obras) faz total diferença”. Outro impacto pouco sentido, no ponto de vista do professor, foi a redução nas questões de língua estrangeira.

Conhecimentos específicos fazem falta?

A questão levantada para o professor do Colégio Marista de Londrina foi o peso do corte da prova de conhecimentos específicos do vestibular. Para Castilho, a ausência é sentida na perspectiva de avaliação. “Seria mais um instrumento para testar os conhecimentos do aluno, principalmente no sentido de analisar suas habilidades na escrita”, apontou.

Na visão do coordenador, pode acontecer de o vestibular da UEL não voltar a ser do formato que era anteriormente. Porém, as questões discursivas devem, de alguma forma, voltar a fazer parte da prova. “O Novo Ensino Médio vai pressionar para que os vestibulares mudem, então pode ser que do formato que está agora, seja realmente temporário. Suponho algo como a prova de conhecimentos gerais e a possibilidade do candidato escolher sua área específica, mas isso é discussão para daqui três, quatro anos”, indicou.

Castilho sustenta que manter o ritmo de estudos, independente do formato do vestibular, é sempre essencial. “Um aluno que estuda está preparado para uma prova de 30, 60 ou 90 questões. Foco em todas as disciplinas devido ao nível das questões de conhecimentos gerais”, finalizou.

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.