Imagem ilustrativa da imagem Apoiadores de Bolsonaro protestam em Londrina pelo fechamento do STF

Para muitos londrinenses, o feriado da Independência foi dia de ir às ruas protestar. Milhares de pessoas atenderam ao apelo do presidente Jair Bolsonaro e participaram do ato em apoio ao governo federal e com uma pauta antidemocrática, contra os poderes constituídos e a favor do fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal). A concentração aconteceu no cruzamento das avenidas Juscelino Kubitschek e Higienópolis, na região central. Vestidos de verde e amarelo, carregando bandeiras do Brasil e entoando o Hino Nacional, os manifestantes iniciaram o protesto por volta das 15 horas e uma hora depois saíram em direção à praça da Bandeira, ao lado da Catedral.

O cruzamento onde ocorreu o protesto havia sido fechado por caminhões que, pela manhã, ajudaram a engrossar o movimento realizado em frente ao Parque Governador Ney Braga, também em favor do presidente da República e contra os ministros do Supremo.

Carregando faixas pedindo que o Senado respeite a opinião do povo e reivindicando o direito “de ir e vir” e à liberdade de expressão, os manifestantes gritavam “Fora, PT” e, em vários momentos, criticaram o STF e suas “práticas antidemocráticas”. Eles defendem a destituição dos 11 ministros do Supremo, mas demonstram um descontentamento especial com os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, a quem se referiram por várias vezes como “cabeça de ovo".

Em vários momentos, manifestantes do alto de um caminhão de som ressaltavam o caráter "patriota, conservador e cristão" do protesto. Em um momento, uma das participantes rezou o Pai Nosso em aramaico.

“Estamos nas ruas hoje defendendo nossa liberdade, defendendo algo que os ministros do STF não fazem, que é defender a Constituição Federal. Os ministros do STF não são os donos da verdade. Não são eles que decidem quem vai ter liberdade ou não. O STF não representa o povo brasileiro. O Alexandre de Moraes não é o dono do Brasil”, disse um dos manifestantes.

Acompanhado da mulher, Heloísa, o aposentado Mauro Lazaroto estava otimista em razão do “sucesso das manifestações” pró-Bolsonaro neste 7 de Setembro. “Hoje (ontem) vai ser o dia da redenção. Muita coisa vai mudar no país nessa semana. Eu estou feliz da vida”, comentou. “As coisas precisam mudar. O STF precisa parar de obedecer ao PT. Só assim o presidente vai poder colocar o país nos trilhos”, completou Heloísa.

AMBULANTE FAZ A FESTA

Quem não teve do que reclamar neste feriado foi um vendedor ambulante que “perdeu as contas” de quantas réplicas da camisa da seleção brasileira de futebol vendeu nos últimos dias. Ao preço de R$ 50 cada uma - “mais barata que o quilo da carne” -, o movimento era intenso na barraca. “Desde o dia 1º eu estou vendendo muito. Para mim, está ótimo”, disse ele, que não quis dizer o nome. As camisas eram o item mais procurado, mas ele também vendia outros artigos com as cores da bandeira brasileira. O boné saía a R$ 40.

Depois de permanecerem concentrados no cruzamento das avenidas JK e Higienópolis por cerca de uma hora e meia, os manifestantes seguiram a pé ou em carreata até a praça da Bandeira, onde o protesto foi encerrado sem registros de violência ou confusão.