Imagem ilustrativa da imagem Cinco dúvidas sobre máscaras de proteção contra Covid
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1. Usar duas máscaras protege melhor contra o coronavírus?

Utilizar uma máscara sobre a outra aumenta o número de barreiras contra o vírus, pois quanto maior o número de barreiras físicas, maior é a eficácia. Os cientistas consideram uma boa opção a utilização de uma máscara cirúrgica e, por cima, uma de tecido, que proporciona melhor ajuste ao rosto. “O objetivo é melhorar o ajuste, pois quanto melhor a máscara se ajusta, mais ela protege. A máscara cirúrgica filtra bem as partículas de vírus, enquanto a máscara de tecido melhora o ajuste. Experimentos do CDC dos Estados Unidos descobriram que a utilização de dupla máscara pode reduzir a exposição a partículas infecciosas em mais de 95% se a pessoa infectada e a pessoa não infectada estiverem utilizando duas máscaras”, aponta Cristina de Oliveira Rodrigues, médica com experiência em doenças infecciosas e parasitárias, da UFPR (Universidade Federal do Paraná). Os modelos PFF2 não devem ser combinados com outra máscara.

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| Foto: Folha Arte

2. Como saber se a máscara está protegendo?

A médica Cristina de Oliveira Rodrigues reforça que o ajuste da máscara ao rosto é fundamental para que as pessoas estejam protegidas e protejam os outros. Para saber se o acessório está cumprindo seu papel, ela indica um teste simples: “coloque as mãos em volta das bordas externas na máscara. Se houver fluxo de ar nas áreas próximas aos olhos e nas laterais, significa que ela não está bem ajustada. Se ela tiver um bom ajuste, você sentirá o ar quente passando pela frente da máscara e poderá ver o material se mover para dentro e para fora a cada movimento respiratório”.

Saiba mais:

Qual máscara usar: de tecido, cirúrgica ou PFF2?

3. Quais situações pedem maior proteção?

Segundo a médica, as situações que exigem atenção redobrada e máxima proteção são: andar de avião, ônibus, trem ou qualquer outra forma de transporte público, especialmente se não houver como manter a distância mínima de um metro e meio das outras pessoas; cuidar de doentes com Covid-19; trabalhar em empregos que exigem interação com um grande número de pessoas; e integrantes do grupo de risco em qualquer circunstância. E reforça que o uso deve ser parte de uma estratégia abrangente de ações. “É necessário aliar o uso de máscaras a medidas como distanciamento físico, evitar aglomerações, manter ambientes bem ventilados e higienizar bem as mãos”.

Emanuel Maltempi de Souza, bioquímico com experiência na área de biologia molecular, relembra o cuidado constante para não tocar olhos, boca e nariz. Ele acredita que utilizar a máscara de forma correta, cobrindo completamente boca e nariz, é uma das precauções mais importantes. “Você não sabe quando estará perto de uma pessoa contaminada. Usar a máscara corretamente é o maior cuidado que devemos ter, bem como respeitar os ambientes e as pessoas. É uma obrigação moral, ética e legal”.

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| Foto: Nelson Almeida/AFP

4. Qual deve ser o foco principal de proteção?

Tem ficado cada vez mais claro para os cientistas que a principal forma de transmissão do coronavírus se dá de pessoa para pessoa através do ar e de partículas de aerossóis. “A transmissão por superfície é possível, mas não é tão relevante. Para evitar esse tipo de transmissão, a forma mais eficiente é higienizar as mãos”, avalia Emanuel Maltempi de Souza, presidente da Comissão de Acompanhamento e Controle de Propagação do Novo Coronavírus na UFPR.

Por isso, os especialistas orientam que os cuidados devem estar focados nas possibilidades de transmissão pelo ar. “Lavar embalagens foi importante em um determinado momento para as pessoas se conscientizarem. Mas, atualmente, não é tão essencial. Tirar roupas e sapatos ao chegar em casa também não devem ser as principais preocupações. A viabilidade maior do vírus é em superfícies metálicas. Lavando as mãos após tocar nesses locais já resolve o problema”, alerta o bioquímico.

Muito ainda se precisa descobrir a respeito desse vírus que circula entre nós há pouco mais de um ano, porém em uma coisa a maioria dos especialistas concorda: sempre usar máscara! “É importante seguir todas as recomendações, porém usar qualquer tipo de máscara corretamente é muito melhor do que não usar nenhuma”, reforça Souza.

“Qualquer máscara apresenta uma proteção maior contra gotículas dispersas ou projetadas no ar do que nenhuma máscara. Além disso, seu uso evita o contato das mãos – que podem estar contaminadas – com a região da boca e do nariz”, afirma Herbert Winnischofer, químico com ênfase em química inorgânica, química supramolecular e nanotecnologia.

5. Como utilizar corretamente a máscara?

Higienize as mãos antes de colocar a máscara, antes e depois de retirá-la e depois de tocá-la, a qualquer momento. Escolha uma máscara que se encaixe perfeitamente. Este é o ponto principal. Certifique-se de que a máscara se ajusta bem ao rosto, cobrindo o nariz, a boca e o queixo.

Durante a utilização, não toque na máscara. Se precisar ajustar, utilize as laterais ou as alças e higienize as mãos depois. Troque a máscara a cada duas ou três horas ou antes, caso esteja úmida.

Ao tirar a máscara, guarde-a em um saco plástico limpo. Se for de tecido, lave-a após o uso. Se for descartável, jogue-a em uma lixeira apropriada.

Não use máscaras com válvulas de expiração, pois elas podem contaminar as pessoas a sua volta caso você esteja infectado. (Com informações da Sucom UFPR)

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