Com a alta procura por vagas, a Escola Municipal Arthur Thomas, na região central de Londrina, conseguiu encaixar 15 novas crianças que procuraram a unidade. “A nossa procura maior foi entre 1º e 5º ano. Os que vieram a gente conseguiu encaixar, suprindo também as nossas vagas, chegamos ao máximo”, afirma a diretora da unidade Elisabet Aparecida Mastelari.

Ela afirma que nos 4º e 5º anos foi necessário ultrapassar a capacidade, cada turma tem agora 31 alunos, quando o máximo chegaria a 30. Ela revela que ainda há poucas vagas para o 1º ano. “Os pais vão até a secretaria municipal de Educação para que sejam orientados sobre qual escola os filhos serão direcionados”, explica.

Além da questão financeira, a diretora acredita que com a pandemia os pais têm percebido que as escolas do município têm atendido muito bem as crianças. “A gente está fazendo um trabalho muito bom e eles estão gostando, vão falando para outros pais, estão felizes e surpresos com a forma que o município está atendendo”, aponta.

Para Kelly Souza, 45, a transferência da filha de nove anos foi necessária nesse momento. Ela é médica veterinária, atua como autônoma, e relata que o faturamento caiu bastante em razão da situação atual. “Ela estudou a vida toda naquela escola particular, eu resolvi tirar, principalmente, por causa do financeiro. Foi bem difícil o lado emocional da criança e meu de mãe também, a gente se vê obrigada a se a adaptar a algumas realidades que não estava esperando”, comenta.

A mãe aponta que analisou muito bem a qualidade de ensino e segurança da escola antes de tomar a decisão definitiva de trocar a filha de escola. Porém, antes da mudança, ela buscou a escola anterior para renegociar. “Eles sugeriram de pagar quando a situação estabilizasse, porque eles também não queriam perder a aluna, ela está lá há cinco anos. Eles tentaram, mas eu não quis me comprometer, não ficaria em paz se tivesse uma dívida que não poderia assumir”, lamenta.

Souza menciona que não foi uma decisão agradável, porém, necessária. “Foi toda uma situação, todo mundo está reduzindo no que pode: cortando plano de saúde, reduzindo gastos, se adaptando”, afirma. Atualmente, ela vive com a mãe, irmão e a filha e com o valor economizado, pretende trazer mais segurança para a família durante esse período mais crítico.

Para Alex Vicente, 41, a questão da mudança de escola do filho de sete anos também foi financeira. Ele é servidor público e o emprego é estável, porém, a esposa sofreu redução salarial, o que afetou as finanças da família. “A gente entrou em contato com a escola anterior, eles entenderam perfeitamente a situação. Então, procuramos o município há duas semanas e pelo georreferenciamento, eles direcionaram para a escola que conseguimos matriculá-lo”, aponta.

A redução do valor com a mensalidade escolar está atrelada a outros hábitos que a família tem tomado para seguir com mais segurança durante esse período. “A gente está indo bem, mas fazemos economia em tudo que pudermos, como luz, água, também fizemos pausa no financiamento do imóvel”, cita. Apesar da troca, o pai afirma que tem acompanhado o filho para que não haja perda na educação. “Deixo bem claro que, embora tenha tido essa mudança, as duas escolas atenderam muito bem. Não tenho do que reclamar das aulas on-line dele nos dois locais”, argumenta.