Ibaiti e Wenceslau Braz são cidades polos das duas microrregiões mais ao sul do Norte Pioneiro. Distante 50 quilômetros, as duas se desenvolveram inicialmente por meio da ferrovia e se destacam por serem cidades altas. À noite, as luzes das duas se destacam no horizonte da região.

A população de Ibaiti, que tem o apelido de Rainha das Colinas, segue em ritmo de crescimento. A estimativa do IBGE deste ano apontou 31,3 mil moradores. Já em Wenceslau Braz, o número de habitantes se mantém na faixa dos 19 mil nas últimas cinco estimativas. A altitude confere características diferentes dos outros municípios da região. “Faço entregas de mercadorias em toda a região, quando vou pra Ibaiti ou Wenceslau no inverno já levo uma blusa a mais porque sei que vou precisar. O clima muda muito, venta bastante”, conta o caminhoneiro Fábio Campos.

Cidade de Ibaiti - a Rainha das Colinas
Cidade de Ibaiti - a Rainha das Colinas | Foto: Lis Sayuri/17-06-2014

O vento gelado, marca registrada de Wenceslau, frequentemente chamada de 'Ventoslau'. Motivo de queixa para muita gente, as fortes rajadas fazem a festa das crianças. O colorido das pipas ainda enfeita o céu da cidade. “No fim de semana o campinho fica lotado de criançada soltando pipa. Vento não falta”, brinca a dona de casa Luciane Diniz. “Eu acho bom ver que as brincadeiras saudáveis ainda têm espaço. Ficar só em celular não é bom, né? A gente só cuida pra não ter cerol, porque é perigoso”, conta.

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O relevo acidentado é também um desafio para levar água para os bairros mais altos da cidade. Na Vila Santa Maria, os moradores frequentemente sofriam com o desabastecimento. O problema foi solucionado com a instalação de um reservatório.

CAFEICULTURA

Ibaiti é um dos polos de cafeicultura do Norte Pioneiro, região que obteve Indicação Geográfica de cafés especiais. Notabilizada por ser uma cultura de altitude, preferencialmente acima dos 1.000 metros, o café se adaptou bem aos 850 metros de Ibaiti. De acordo com a técnica Luciana de Morais, da Emater, a altitude ainda é considerada baixa para o plantio do café, no entanto, a latitude da região permite obter café de qualidade. “Estando mais ao sul, o clima é mais frio. Essa combinação permitiu quebrar o mito de que café bom só daria nas serras de Minas, por exemplo”, explica.

Os 'últimos andares' do Estado

Inácio Martins, município de 11 mil habitantes, localizado 60 km a sudeste de Guarapuava, detém o título do mais alto do Paraná. Dos seus 1.238 metros, na Serra da Esperança, é uma das mais frias do Estado, atingindo temperatura média de 16°C anual, com picos de até -4°C.

De alguns pontos da cidade, é possível avistar a vastidão de terras da Serra da Esperança. À noite, a iluminação de Prudentópolis, de Ivaí, até mesmo um pouquinho das luzes de Irati surgem no infinito da paisagem. Com recursos do Ministério da Integração Nacional, o município deve começar a construir um mirante à margem da PR-364. A intenção é explorar o título de cidade serrana para alavancar o turismo.

A Região Centro-Sul concentra outras cidades que lideram o ranking de altitude no Estado. Guarapuava, polo regional, Pinhão, Turvo e Palmas, a mais fria do Paraná, figuram todos acima dos 1.000 metros de altitude. Nos Campos Gerais destacam Carambeí, Piraí do Sul, Ventania e Castro. Por fim, a Região Metropolitana de Curitiba também aparece entre as mais altas do Estado, com Colombo, Campo Magro, Almirante Tamandaré e a própria Curitiba, a segunda capital mais alta do Brasil, atrás apenas de Brasília.

Já o ponto culminante do Estado e do Sul do País é o Pico Paraná. A formação rochosa de 1.877 metros que está localizada entre Campina Grande do Sul e Antonina, na Serra do Mar, é muito procurada por montanhistas. De seu cume se avista toda a serra na qual está inserido, além das adjacentes, sem contar trechos do litoral, de Curitiba e das demais cidades do primeiro planalto paranaense.