De janeiro de 2018 a junho deste ano o Numape de Maringá, vinculado à UEM (Universidade Estadual de Maringá), alcançou 982 pessoas pelas ações, considerando atendimentos psicológicos, jurídicos e ações da área educativa e preventiva. “Todo tipo de atendimento é contabilizado. Nas escolas a gente realiza ações do eixo preventivo e contamos o número de alunos que estão em sala de aula, mas não contamos as ações nos espaços públicos abertos, porque não temos como contabilizar atos como a distribuição de panfletos”, destaca Crishna Mirella de Andrade Correa, coordenadora do Numape de Maringá.

“O Numape possui impacto social em duas frentes. Na área da justiça e cidadania e na área de estudo teóricos e práticos. Atendemos mulheres de baixa renda, que não podem pagar advogado e aí há toda uma preparação de nossa equipe para pessoas estarem qualificadas para atender esse tipo de problema. Para isso precisamos conhecer esse campo, o que é a violência doméstica e tudo o que isso implica. Temos um grupo de estudos que realiza reuniões quinzenais baseadas em dados municipais e regionais. Quando uma mulher chega ao núcleo, quem a atende já teve contato com todas as bases de dados e está preparada para atender”, aponta.

Segundo Correa, um dos maiores desafios são os casos de vítimas de cárcere privado. “Temos dificuldades de nos comunicarmos com essas vítimas, porque elas não conseguem ir ao Numape e a gente precisa conversar pelo Whatsapp. Agendamos os horários de acordo com o período em que elas podem ser atendidas. Toda essa adequação gerou um resultado positivo para que elas se organizassem para passar pelo processo judicial de divórcio”, destaca Correa.

O Numape de Maringá fica na parte velha da UEM. “Embora esteja na universidade, o público maior não é a comunidade universitária, mas as vítimas encaminhadas pelos órgãos da rede, como a Delegacia de Polícia Civil ou a Assistência Social”, destaca.

A equipe possui oito bolsistas de várias áreas de atuação e a coordenadora, além de três docentes que atuam como orientadores. Oito pessoas trabalham todos os dias (duas advogadas, uma psicóloga, duas estagiárias de direito, uma estagiária de psicologia, uma assistente social e uma bolsista para serviços administrativos). Outros três membros ficam três períodos por semana. “Como a sala deve ter 20 metros quadrados, adequamos o nosso horário para que todos possam caber no local”, ressalta.