Sob o título ''Tamiflu caseiro'', um e-mail vem circulando pela internet propondo a utilização do anis estrelado e da erva-doce como preventivo da gripe A (H1N1) e como remédio para bloquear a reprodução do vírus. Apesar do anis ser componente da fórmula do Tamiflu, medicamento que combate a gripe, fica o alerta: a planta não deve ser usada para substituir o tratamento padrão, pois não há pesquisas científicas que comprovem o benefício. ''Não há estudos de bioequivalência que comprovem que na planta haja quantidade do ácido siquínico suficiente para o tratamento da gripe'', alerta o médico Rui Cépil Diniz, especialista em Fitomedicina e Saúde da Família, responsável pelo Programa Municipal de Fitoterapia de Londrina.

Imagem ilustrativa da imagem Erva-doce não é Tamiflu caseiro
| Foto: iStock


Segundo a assessoria de imprensa da Roche, fabricante do medicamento, o Tamiflu tem como princípio ativo da fórmula uma molécula derivada do anis, que hoje não é usado na forma natural, mas sintetizado. No entanto, segundo a assessoria, não há informação de que o alimento ingerido em sua forma natural, em qualquer quantidade, seja eficiente para combater os sintomas da gripe A.


A alegação presente no e-mail é o que anis estrelado é a base do Tamiflu, mas como é importado, proveniente da China, e por isso caro e difícil de ser encontrado no Brasil, poderia ser substituído pelo ''nosso anis'', a erva-doce. A confusão, segundo Diniz, começa por aí. Apesar do nome científico da erva-doce - Pimpinella anisum -lembrar o do anis estrelado, eles não têm a mesma composição. ''Na realidade há uma confusão de nomes. A nossa erva-doce não tem o mesmo princípio ativo. Não podemos e não devemos chamar o anis, ou a erva-doce, de Tamiflu 'natural' ou 'caseiro'', afirma.

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Esclarecimentos feitos, o especialista ensina que o anis estrelado, a erva-doce e outros alimentos ricos em vitaminas e determinados sais minerais podem ser utilizadas como tratamento complementar fitoterápico de várias doenças, inclusive de gripe, seja A ou não. No caso da erva-doce, a ação principal da erva é a nível digestivo, diminuindo gases, cólicas e amenizando doenças gastrointestinais. Mas, como é rica em óleo essencial, tem efeito antisséptico e expectorante.
Como expectorantes, ressalta o médico, também podem ser utilizadas as mentas (hortelãs e poejo), o guaco, o eucalipto, a canela, o manjericão, o agrião, o abacaxi e os cítricos, preparados como chás, sucos ou xaropes. ''E, como antissépticos e antivirais, o alho, a cebola, o alcaçuz, o anis estrelado, a erva-doce, o cravo e o gengibre'', ensina. Alho, cebola, cenoura, beterraba, couve, espinafre, sementes de abóbora, cogumelo shitake, acerola, laranja e ginseng, segundo Diniz, também contribuem para reforçar o sistema imunológico.

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