Imagem ilustrativa da imagem Motoristas de aplicativos e taxistas discutem em protesto; veja vídeo
| Foto: Saulo Ohara/Grupo Folha

A reunião dos motoristas de aplicativos com o prefeito Marcelo Belinati (PP), na manhã desta segunda-feira (25), terminou com um princípio de confusão com taxistas em frente à Prefeitura de Londrina e a garantia de nova audiência para flexibilizar os pontos do decreto que regulamentará a modalidade de transporte privado. A nova audiência foi agendada para esta terça-feira (26).

Os motoristas por aplicativos fizeram uma carreata pacífica até a sede da administração municipal, onde Marcelo assinaria o decreto regulamentando a atividade. Os trabalhadores alegam que a entidade que negociou as exigências representa apenas uma minoria dos motoristas.

Cerca de 4,5 mil trabalhadores elegeram cinco representantes para negociar com Marcelo adequações nos termos. A queixa dos condutores é que, apesar das obrigações relativas a tributos e a exigência de registro como MEI (Microempreendedor Individual), eles não teriam benefícios já garantidos aos taxistas, como tráfego em faixas exclusivas e paradas de embarque e desembarque.Veja aqui o que o decreto estabelecia.

Eles também reclamam da idade máxima permitida para os automóveis. Para trabalhar com transporte por aplicativos, o decreto exige veículos com, no máximo, sete anos de fabricação. Na negociação, o grupo tentará expandir a idade dos carros utilizados. “Tudo isso será negociado com o prefeito”, disse Jairo Vagner Alves, um dos porta-vozes escolhidos pelos motoristas.

"É uma questão de equalização entre os serviços que já existem de táxi e de ônibus. Eles têm algumas preferências que nós não temos. Por outro lado, o município pede que nós cumpramos a nossa parte em tributações e não nos dão esses benefícios que os outros têm. Temos que equilibrar para que seja bom, de fato, para nós, para todo mundo e, especialmente, para a sociedade. É o que nós esperamos", acrescentou Alves.


Os trâmites para a regulamentação do serviço começaram com projeto de lei do vereador Rony Alves (PTB). Após idas e vindas, a proposta acabou retirada de pauta depois do afastamento do vereador por envolvimento na operação ZR-3. O decreto só foi viabilizado depois que o projeto foi arquivado.

“Nossa equipe técnica jurídica analisou várias cidades que já regulamentaram [o serviço], fez um compilado desses dados e transportou para a realidade de Londrina. O objetivo é melhorar o serviço, no que for possível, garantir aos trabalhadores que eles tenham direito de exercer o trabalho com mais segurança, fazer um equilíbrio de todo o tipo de transporte desse setor e, acima de tudo, trazer mais qualidade para o usuário", afirma o prefeito.

Ânimos acirrados

Após a reunião, um princípio de confusão se formou no Centro Cívico com a presença de taxistas. As duas categorias vivem uma rixa desde a chegada dos serviços de transporte de passageiros por aplicativos em Londrina. Cinco taxistas foram até a Prefeitura e começaram um buzinaço enquanto o grupo de motoristas por aplicativo se reunia nas proximidades.

Um dos taxistas parou o veículo em cima da faixa de pedestres. A Guarda Municipal interveio e pediu para que o grupo se retirasse. Agentes da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) também acompanharam o princípio de tumulto. Os motoristas de aplicativos reclamaram que os condutores do serviço já regulamentado nem sempre são penalizados pelas infrações de trânsito.

Dezenas de taxistas se mobilizaram e, até as 11h, permaneciam no Centro Cívico pleiteando uma reunião com o prefeito. Marcelo, entretanto, seguiu para Curitiba, onde participa de uma reunião com o governador Ratinho Jr (PSD) e a direção da Copel para discutir assuntos referentes à Sercomtel.

O presidente do Sindicato dos Taxistas de Londrina, Carlos Fernandes de Almeida, afirmou que foi recebido pelo secretário municipal de Governo, Juarez Tridapall, no final da manhã. Porém, o secretário não havia participado da reunião com o prefeito Marcelo Belinati e os motoristas de aplicativos.

"Ele não soube dizer quais são as reivindicações do grupo, mas tudo o que foi possível atender no decreto sabemos que já foi feito, sempre respeitando as leis. Se houver alguma alteração significativa, vamos nos reunir com o prefeito", destaca o representante dos taxistas. A manifestação foi encerrada no final da manhã.

(Atualizada às 13h15)