Em Londrina, alguns lojistas não sentiram o mesmo desempenho nas vendas apontado pela pesquisa
Em Londrina, alguns lojistas não sentiram o mesmo desempenho nas vendas apontado pela pesquisa | Foto: Fotos: Gustavo Carneiro



O varejo no Paraná encolheu 3,12% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2016. O desempenho do setor foi bem diferente nas regiões pesquisadas pela Federação do Comércio (Fecomércio-PR). A retração maior foi na região Oeste (-8,82%). E a menor, na Região Metropolitana de Curitiba (-0,82%). Em Londrina, o varejo recuou 1,47%. Na média paranaense, somente um segmento, o de calçados apresentou crescimento (10,52%). Já em Londrina, segundo a Fecomércio, houve expansão em três: calçados (23,12%), móveis, decorações e utilidades domésticas (14,95%), e veículos (5,59%). Os piores desempenhos na cidade se deram em autopeças (-12,37%) e óticas (-10,64%).

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"O que eu posso dizer é que houve crescimento, mas não foi isso tudo", afirma a gerente da Pé Quente Calçados, Angélica Carvalho. Segundo ela, houve um aquecimento nas vendas após o Carnaval estimado em 8%. "Deu uma melhorada. Acho que este ano vai ser melhor que o passado", declara. Elias Lombardi, responsável pela administração da Bolivar Calçados, diz que não houve crescimento em sua loja. "O movimento está no mesmo patamar do ano passado e a perspectiva é que continue assim porque o quadro de instabilidade econômica ainda persiste", alega.

Levantamento divulgado semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a produção física de calçados no País apresentou um avanço de 6,1% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado.

VEÍCULOS
Se, por um lado, as lojas de calçados ouvidas pela FOLHA não confirmam o bom momento da atividade, a Metronorte, concessionária GM em Londrina, vê um crescimento maior que o revelado pela Fecomércio. "Para nós, o aumento das vendas no primeiro trimestre foi de cerca de 10%", afirma o gerente comercial, Fábio Sitta. Ele diz que um dos motivos para o reaquecimento das vendas é a "força do marketing" da montadora. "A fábrica entrou com uma propaganda mais agressiva na mídia", alega. Mas não é só isso. "A gente sente que os clientes estão bem mais confiantes na economia", declara.

Segundo Sitta, o ano começou melhor e vem apresentando expansão sustentável. "Mês a mês estamos crescendo", garante. Outro que se encontra mais otimista que a pesquisa da Fecomércio é o vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) e diretor do Móveis Brasília, Fernando Maurício de Moraes. "É difícil opinar sobre pesquisa que não é nossa. Mas não acho que o varejo esteja negativo em Londrina. Muitas lojas fecharam e as que restaram estão ficando com uma parte maior do bolo", justifica. A rede da qual é diretor, segundo Moraes, apresentou um crescimento de 18% no primeiro trimestre.

PROMOÇÕES
O diretor de Planejamento e Gestão da Fecomércio-PR, Rodrigo Rosalem, explica que a pesquisa é amostral, feita a partir de informações prestadas pelas empresas paranaenses que respondem a questionários. "Fazemos as médias de acordo com o peso que elas têm nas vendas do Estado e das regiões", afirma.

Especialmente no caso de calçados e vestuários, segundo ele, os números são bastante influenciados por promoções e saldos. "Se três grandes redes fazem queimas de estoque no período, isso já é suficiente para influenciar na média final", conta. Por isso, segundo ele, às vezes alguns lojistas estranham as médias obtidas.