O delicioso nhoque da discórdia
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quinta-feira, 25 de maio de 2017
Marcos Roman<br>Reportagem Local
Uma receita inusitada de nhoque de abóbora acabou ganhando os holofotes do País na semana passada após a atriz Thaís Araújo se recusar a degustar a receita preparada pela apresentadora Ana Maria Braga no programa Mais Você, exibido pela Rede Globo. Polêmicas à parte, a versão "abrasileirada" do prato italiano tem arrancado elogios e pedidos de bis de quem tem a oportunidade de prová-la e, ao contrário da artista, não tem restrições quanto à nossa famosa cabotiá.
Uma das receitas mais famosas do mundo, o nhoque foi criado na Itália ainda no século 17. De acordo com historiadores, o prato seria fruto da criatividade das mammas italianas para contornar a escassez de ingredientes causada pela guerra que o País enfrentava. Com a crise financeira, as famílias mais pobres precisaram dar um jeito de aproveitar o pão velho nas refeições diárias. Dessa forma, a massa do pão era modelada em cilindros e cortada em toquinhos, que depois eram cozidos em água ou em um caldo de vegetais e ossos de galinha. A batata foi a última a entrar na história, pois chegou à Europa apenas no século 18. Com o passar do tempo, até os ricos copiaram a ideia.
Ao ganhar o mundo, o nhoque acabou ganhando versões menos tradicionais. É o caso da versão que no lugar da batata leva cabotiá, troca aprovada por nutricionistas que destacam que além de ser menos calórica a abóbora é mais rica em nutrientes. Culinarista também salientam características positivas da abóbora no preparo de diversos pratos, entre eles, o nhoque. O fato dela virar um purê logo após ser assada é um deles. A dica, de acordo com especialistas, é utilizar a cabotiá assada ao invés de cozida devido à possibilidade de, durante o cozimento, a abóbora acabar ficando muito aguada por absorver líquido.
Em média, a abóbora costuma demorar cerca de 40 a 50 minutos no forno até ficar assada a ponto de poder ser descascada facilmente. Para garantir um nhoque macio e leve, a abóbora mais indicada é a japonesa, também conhecida como cabotiá, que por ser mais seca retém pouca água, exigindo menos adição de farinha para obter uma massa firme e lisa. Outros ingredientes que podem ser usados na preparação do prato são fubá, fécula de batata, azeite de oliva e pimenta do reino.