Um dos mais emblemáticos imóveis abandonados de Londrina, o mocó localizado na esquina da rua Belém com a Bahia, no centro, pode estar com os dias contados. A proprietária do terreno deu o aval para o município derrubar a estrutura, que há cerca de dez anos vem sendo ocupada por pessoas em situação de rua e usuários drogas, gerando insegurança na região.

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De acordo com o secretário municipal de Planejamento, Marcelo Canhada, existia um imbróglio familiar sobre quem seria o dono do imóvel, o que foi superado. “A Justiça determinou quem era o responsável e a pessoa deu autorização para demolir. Ela está fazendo o cadastro imobiliário na prefeitura para passar para o nome dela. Assim que isso acontecer vamos demolir”, garantiu.

Não foi estipulado um prazo para que o serviço seja feito. “Estamos nos últimos trâmites do ponto de vista da legalidade. A vontade da prefeitura é de fazer a demolição há muito tempo”, afirmou.

O mocó da Belém virou palco de crimes, com suspeitos entrando em confronto com a Polícia Militar e até casos de estupro, como o registrado entre o final do ano passado e começo de 2023, quando duas mulheres denunciaram ter sido violentadas por um policial militar, que foi preso. “Todo dia é um entra e sai nesse lugar, até de gente que não tem característica de morador de rua. Vários imóveis já foram invadidos nessa região e com os ladrões escondendo os objetos no mocó”, relatou um morador, que pediu para não ser identificado.

Em março, a FOLHA mostrou que o número de imóveis abandonados que servem para a utilização de drogas e abrigo saltou 110% em seis anos, passando de 28, em 2017, para 59. “A secretaria de Assistência Social, a equipe do Consultório de Rua e a Guarda Municipal fizeram o trabalho de visitar todos os mocós. Todos os moradores de rua foram cadastrados, mas a grande maioria é dependente químico. Foram oferecidos tratamento e abrigo e a situação melhorou”, argumentou Canhada.

Em setembro do ano passado foi assinado pelo prefeito Marcelo Belinati um decreto para nortear o procedimento de fiscalização multidisciplinar em imóveis abandonados da cidade.

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