Após a destituição da comissão provisória do Podemos em Londrina, que era comandada pelo vice-prefeito João Mendonça, o presidente estadual da sigla, Gustavo Castro, também ficará à frente do diretório municipal. Ele concedeu entrevista à FOLHA nesta segunda-feira (6) e falou sobre os planos do partido para o pleito de outubro.

O presidente afirma que a definição da nova executiva ocorreu após conversas entre lideranças da cidades - entre elas o deputado federal Luiz Carlos Hauly e o próprio Mendonça. O foco será “reorganizar o partido” e montar a chapa de vereadores. Ainda não há definição sobre a posição do Podemos na disputa pela Prefeitura de Londrina.

“Sempre existe a possibilidade de uma candidatura própria, existe a possibilidade de uma aliança, que ainda não está sendo discutida do ponto de vista prático, de encaminhamento”, afirma Castro. "Há possibilidade de debater uma candidatura, temos ótimos nomes no partido, mas no momento nada está definido."

Mendonça anunciou ainda em 2023 a sua pré-candidatura a prefeito e, procurado pela reportagem, diz que se for indicado pela sigla estará “pronto para cumprir os desígnios do partido”.

“No meu caso, nós temos até junho para uma questão de definição de candidatura ou não. Então, o partido precisa definir até lá”, pontuando que a política “é a arte de conversar e se entender, de observar os projetos, o que a cidade precisa, o dia a dia, o que está acontecendo, as viabilidades”.

“Eu estou na [Secretaria de] Agricultura procurando desenvolver um grande trabalho até lá. Vou até o final do mandato e, dependendo das conversações, estarei sempre à disposição”, completa Mendonça. Tanto ele quanto Castro garantem que a situação do partido está "apaziguada" em Londrina.

No Paraná, o presidente adianta que a prioridade do Podemos não é a eleição de prefeito, mas a conquista de cadeiras nas câmaras municipais. Serão mais de três mil candidatos a vereador em cerca de 250 municípios. “Lógico que teremos candidatos a prefeito, por volta de 50. Mas, não é o foco de trabalho hoje.”

DESFILIAÇÃO

Outra situação que o partido vai precisar resolver é a filiação da vereadora Mara Boca Aberta. Ela entrou na sigla com apoio de João Mendonça durante a janela partidária, mas a executiva estadual não aceitou e entrou com um pedido de desfiliação. Esse, inclusive, foi o motivo apontado pelo presidente para a destituição da comissão provisória, dizendo que a estadual deveria ter sido consultada com antecedência sobre a filiação. Agora, Castro afirma que o caso está nas mãos da Justiça Eleitoral.

“Foi feita a desfiliação, mas como se trata de uma mandatária, a Justiça Eleitoral está analisando a situação para saber qual vai ser a decisão. Vamos aguardar uma decisão para saber o que acontece, como vamos proceder”, completa.