Muito aprendizado vem com uma tragédia, como a que acontece agora no Rio Grande do Sul. Não é nossa intenção romantizar o sofrimento, pelo contrário, mas lembrar que muitas mudanças que melhoraram questões de segurança, por exemplo, vieram a partir de catástrofes épicas.

O acidente do Titanic, em 1912, gerou uma série de lições sobre segurança marítima e gerenciamento de riscos. Recomendações foram feiras e incorporadas à Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar aprovada em 1914.

As inundações no Rio Grande do Sul trouxeram à tona muitas questões que não poderão ser desconsideradas após a água baixar, principalmente porque as mudanças climáticas favorecem que essas ocorrências se repitam com frequência. Será preciso investir em um ecossistema de prevenção que envolve trabalhar com zoneamento de inundações, adaptações de construções, sistemas de alertas de enchentes, entre outros.

Especialistas chamam atenção de que o Brasil, de maneira geral, não tem uma organização preventiva estrutural para mapeamento de riscos e ações preventivas.

Ainda há muito trabalho para ser realizado, nesse sentido, no futuro. A reconstrução e soluções preventivas precisarão caminhar juntas.

Por outro lado, uma lição foi aprendida com louvor pelo brasileiro de Norte a Sul: a solidariedade. Há muitos exemplos de pessoas que estenderam as mãos, arriscaram a própria vida para resgatar moradores em risco e animais em perigo.

Merece o reconhecimento quem doou um cobertor, roupas, alimentos, água, itens de higiene e limpeza. Muitos que não puderam doar objetos arregaçaram as mãos para organizar os donativos e fazer acontecer o caminho entre quem deu e quem vai receber. Atos verdadeiros de amor e compaixão.

Em Londrina e região, a coleta de doações para o Rio Grande do Sul foi retomada nessa segunda (13) pela Defesa Civil. A recepção dos mantimentos havia sido suspensa temporariamente na última quarta-feira (8) para dar vazão a todos os materiais que haviam sido angariados em poucos dias de corrente solidária.

Foram enviados para o estado gaúcho cerca de 120 toneladas de produtos. Empresas se ofereceram para transportar a carga. A FOLHA traz reportagem divulgando os locais de arrecadação em Londrina, que seguirão trabalhando até o dia 22 de maio.

Assim como há demanda por cobertores, agasalhos, alimentos não perecíveis, toalhas, itens de primeiros socorros e outros produtos, há necessidade também de voluntários para separar tudo o que chega.

O Brasil unido pelo Rio Grande do Sul, doando comida, roupas e recursos financeiros é um alento para tantos que precisam hoje de um lar temporário, uma refeição nutritiva e uma cama quente. É a solidariedade irmanada, tão necessária, hoje, no mundo.

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