O calorão que atinge a maior parte do Brasil desde o final de 2023 caiu como uma bomba também no setor de hortifruti, danificando principalmente plantações menos resistentes, como folhagens.

Com isso, a falta de chuva e as altas temperaturas afetaram não só o corpo da população, causando desconforto e até mal-estar em algumas pessoas mais sensíveis, mas também afetando o bolso do consumidor.

André Luiz Varago, engenheiro agrônomo do Ceasa (Centro de Abastecimento do Paraná), afirmou, em entrevista à FOLHA, que ondas de calor como as que atingiram a região de Londrina, inviabilizam a produção de alimentos em céu aberto, o que afeta muitas culturas, já que nem todos os produtores têm sistema de irrigação. A alface, por exemplo, registra aumento de mais de 10%. Segundo ele, a caixa com 9 a 12 unidades está na faixa dos R$ 35 no Ceasa.

Com o calor, o engenheiro agrônomo também pontua que as plantas perdem qualidade, principalmente as folhagens, que acabam ficando amareladas e com as pontas queimadas.

O calorão não dará trégua tão cedo e nos próximos dias, na região de Londrina, as máximas devem chegar a 35º C. No Norte Pioneiro, as temperaturas podem superar os 37°.

Mas com o El Niño se dissipando durante o outono, meteorologistas esperam que as chuvas fiquem dentro da média para o período. É um alívio, pois os extremos climáticos são um ameaça ao fornecimento de alimentos.

As ondas de calor extremo como a que vivemos pode reduzir a produção de alimentos, principalmente quando vêm associadas a longos períodos de seca. Torna-se ainda mais preocupante em regiões do mundo onde as comunidades dependem muito da agricultura para subsistência.

Universidades, empresas e instituições já pesquisam sobre como produzir alimentos mais resistentes ao calor, por exemplo. Mas nós podemos também fazer a nossa parte com algumas mudanças nos hábitos alimentares, comprando produtos de época, mudando o modo de preparar a comida aproveitando melhor tudo o que ele oferece e, principalmente, evitando desperdício.

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