A UEL (Universidade Estadual de Londrina) realiza a partir do próximo domingo (2) a segunda fase do Vestibular 2023, quando os candidatos aprovados na primeira etapa passam por exames considerados decisivos no processo classificatório. No primeiro dia, os alunos fazem as provas de língua portuguesa, redação e literatura. O segundo dia é reservado para os exames das disciplinas específicas, conforme o curso do candidato, e no último dia são feitos os testes de habilidades apenas para as graduações com necessidades técnicas como artes e música.

Depois de uma longa jornada, a segunda fase é o final de um ciclo de estudo, o que aumenta a pressão sobre os alunos. A ansiedade por um momento decisivo se intensifica às vésperas do vestibular, mas essa é uma marca desde o primeiro dia de aula no 3º ano, o último do ensino médio.

Ir ao cinema é uma boa forma de se distrair nos dias que antecedem às provas
Ir ao cinema é uma boa forma de se distrair nos dias que antecedem às provas | Foto: Zoran Zeremski

A orientadora pedagógica do Colégio Marista, Andrea Bertan, explicou que existem alunos que ainda não sabem qual a graduação fazer, há um grupo de estudantes, em dúvida, sobre diversas opções de cursos e também os candidatos com medo do resultado do vestibular por conta do receio em decepcionar à família.

“O que meu pai e minha mãe vão pensar se eu não passar depois do investimento que eles fizeram em mim? Essa pergunta incomoda muitos estudantes que se sentem pressionados, pois existem pais que cobram e exigem demais ou que querem que os filhos sigam o mesmo caminho profissional ou transferem um sonho de carreira que ele tinha para o filho”, analisou a orientadora.

ATENTO AOS SINAIS DE ANSIEDADE E APREENSÃO

Seja pela pressão familiar ou pela dúvida de escolher a profissão certa com idade precoce, alguns estudantes apresentam sinais de ansiedade e depressão como falta de ar, crises e falta de motivação.

“O primeiro passo é o acolhimento. Trazer o aluno para desabafar e conversar na sala do chazinho para ajudá-lo a colocar os pensamentos em ordem por causa da bagunça interna que ele atravessa. É importante o estudante enxergar que não está sozinho e a família também é atendida durante esse processo na escola. Quando é necessário também sugerimos o encaminhamento para acompanhamento clínico”, comentou.

Bertan também ressaltou a importância das habilidades emocionais para lidar com as frustrações e momentos desafiadores com flexibilidade. “Não adianta ter um título, um bom trabalho ou o conhecimento para a prova do vestibular se não tiver habilidade emocional. O nervosismo e a ansiedade podem provocar o famoso ‘branco’ durante a prova ou outros problemas por causa da pressão que o candidato coloca sobre ele mesmo.”

TUDO BEM

Na reta final, a orientadora afirma que não adianta o aluno ficar estudando até de madrugada, mas que é mais importante cuidar de si mesmo, fazer atividade física, ter uma alimentação mais regrada, fazer coisas diferentes, como momentos de lazer, na semana que antecede a prova.

“A técnica de mindfulness também colabora muito com o controle da respiração, diminui a ansiedade e aumenta a concentração, o que ajuda os alunos neste momento decisivo”, acrescentou.

Para quem não passar, Bertan também deixa um conselho simples, mas que pode ser precioso nas adversidades dentro e fora da sala de aula. “Está tudo bem. Foi uma tentativa e isso vai fortalecer o estudante a tentar de novo. Isso não foi um fracasso e ele estará melhor, mais maduro, pronto para os próximos desafios. Não passou dessa vez, mas está tudo bem.”