O mês de dezembro é o mais aguardado pelos vendedores da Ceasa Londrina, época em que a unidade registra um volume comercializado até 15% maior em comparação aos meses anteriores. As festas de final de ano, como o Réveillon, puxam esse crescimento.

Em dezembro do ano passado, a Ceasa Londrina comercializou 19,3 mil toneladas de hortifrúti, movimentando mais de R$ 67 milhões. Neste ano, a expectativa é que o volume comercializado ultrapasse 20 mil toneladas.

Morango e cereja, além de deliciosos, funcionam muito bem na decoração das mesas das festas de fim de ano
Morango e cereja, além de deliciosos, funcionam muito bem na decoração das mesas das festas de fim de ano | Foto: iStock

André Luiz Varago, engenheiro agrônomo da Ceasa Londrina, destaca que as frutas puxam o movimento pré-Réveillon. “É esperada uma maior procura por frutos e castanhas para a composição de ceias, cestas e simpatias de fim de ano. Entretanto, o volume de comercialização para o Réveillon é menor que o negociado para o Natal. O movimento na Ceasa Londrina cai um pouco na última semana do ano”, pontua.

FRUTAS E CASTANHA

Nesta época do ano o consumo de frutas e castanhas ganha muito destaque, já que esses alimentos são utilizados na composição de ceias, cestas e em simpatias de fim de ano (romã e uva).

Os frutos mais vendidos no final do ano na Ceasa são a uva de mesa, as frutas de caroço (pêssego, ameixa e nectarina), melancia, abacaxi, manga, melão, morango, lichia, romã, nozes e castanhas.

OVOS DE OURO

A produtora Fernanda Aparecida Rodrigues comercializa 100% da sua produção de uvas na Ceasa Londrina. Segundo ela, as festas de final de ano são vistas como a “galinha dos ovos de ouro”.

A produtora Fernanda Rodrigues comemora o triplo de vendas de uvas em dezembro na Ceasa Londrina
A produtora Fernanda Rodrigues comemora o triplo de vendas de uvas em dezembro na Ceasa Londrina | Foto: Arquivo pessoal

“Dezembro é sem dúvida o mês em que mais vendemos e o valor é mais atrativo. Esse ano os preços foram subindo quase que toda semana. Vendemos em torno de 10 mil quilos nos outros meses. Já em dezembro, as vendas triplicam”, compara.

Em dezembro do ano passado, a produtora comercializou quase 30,5 toneladas de uvas no entreposto. Neste ano, a expectativa é vender quase 10% a mais, ultrapassando 33 toneladas.

SAFRA

O engenheiro agrônomo André Luiz Varago explica que as frutas de caroço ganham importância devido à safra nacional, que se concentra principalmente entre os meses de outubro e dezembro.

“A produção da lichia também segue esse padrão, porém em uma escala de produção muito menor. No Brasil, a oferta de melancia, abacaxi e morango se mantém constante praticamente no ano todo, porém há um acréscimo na comercialização no final de ano.”

As vendas de batata inglesa, tomate e vagem também apresentam um aumento em dezembro.

No caso das flores, as espécies mais vendidas para as festas de Ano Novo são as de coloração branca para serem utilizadas na decoração das festas, com destaque para as orquídeas.

PREÇOS

Para o consumidor que está buscando preços mais baixos, o engenheiro agrônomo explica que, via de regra, produtos da época, com boa oferta e produzidos na região, têm o preço mais acessível.

“Nesse grupo enquadram-se a maior parte das folhosas, pimentão, pepino, abobrinha e abóboras, mandioca de mesa, batata doce, manga, morango, uvas da região, abacaxi e melancia”, lista.

Por outro lado, produtos importados, fora de época e com baixa oferta ou alta demanda no mercado têm o preço mais elevado de maneira geral. “Como mercadorias importadas, nesta época temos as cerejas, caquis e romãs. E entre os produtos nacionais com baixa oferta destacam-se principalmente a laranja e o mamão”, completa.

A cereja, por sua vez, é uma fruta muito demandada no mês de dezembro, pois seu consumo é associado às festas natalinas.

A época de produção da cereja no Chile e na Argentina coincide com este período, sendo esses os principais países que exportam a fruta para o Brasil. A romã é outra fruta que registra maior consumo nesta época do ano, relacionada a simpatias/superstições para o Ano Novo.

Esta época estimula também o comércio de frutas secas e desidratadas (uvas passas, ameixas e damasco), além de frutas cristalizadas.

ANTECIPAÇÃO

O engenheiro agrônomo André Luiz Varago explica que, pelo fato de 2023 ter sido um ano de temperaturas elevadas, a maturação de alguns hortifrútis foi adiantada, ou seja, tiveram o ciclo produtivo encurtado.

“Esse efeito é evidente nos pomares de mangueiras, lichieiras e videiras regionais. Com isso, a produção dessas mercadorias regionais está terminando antecipadamente”, destaca.

FÉRIAS ESCOLARES

Se dezembro é o “mês de ouro” para a Ceasa por conta das festas, em janeiro e fevereiro (férias escolares) o volume comercializado cai em comparação a dezembro.

O engenheiro agrônomo explica que na época de férias há uma redução da demanda de alguns frutos, legumes e verduras, visto que têm o consumo atrelado à merenda escolar (batata, tomate, hortaliças folhosas, banana, maçã, laranja).

“Outro efeito que favorece a menor demanda por alguns hortifrútis é que muitos moradores da região viajam para outras localidades nesta época do ano (litoral, exterior, terra natal).”

Ceasa tem 340 produtores cadastrados

A Ceasa Londrina tem hoje 340 produtores com cadastro ativo, aptos para comercializar no Mercado do Produtor.

Em média, 250 produtores cadastrados comercializam no Mercado do Produtor da Ceasa Londrina por dia de mercado. “No período de final de ano, pode-se chegar ao número de 300 a 310 produtores.”

Além desses produtores cadastrados que fazem a venda direta na Unidade Londrina, em torno de 100 produtores paranaenses trazem mercadorias na Ceasa para vender às empresas permissionárias estabelecidas, sendo que a negociação é realizada previamente. Essas permissionárias também buscam mercadorias nas propriedades rurais de diferentes regiões do Paraná.

SERVIÇO

A Ceasa Londrina atende o público segunda, quarta e sexta-feira, das 3h às 10h. O entreposto fica na avenida Brasília, 10.000 – Lindóia, na saída para Ibiporã e Jataizinho.

A maior parte das mercadorias são vendidas em caixas agrícolas com capacidade entre 12 e 25 Kg, conforme a densidade do produto, voltadas ao atacado.

No entanto, alguns produtores e permissionários da Ceasa Londrina se especializaram em vender algumas mercadorias fracionadas em cumbucas ou em bandejas de 180 a 700 gramas, agregando valor ao produto.

As principais mercadorias comercializadas dessa maneira são milho verde, tomate-cereja, pimentas, quiabo, jiló, feijão-vagem, abobrinha, pepino, mandioquinha salsa, gengibre, brócolis, couve-flor, lichia e jabuticaba.

Alguns atacadistas comercializam frutas por peso, como abacaxi-havaí, melão amarelo, manga e melancia; ou por unidade, que é o caso do abacaxi-pérola. As uvas, de acordo com o permissionário, podem ser encontradas em cumbucas de 500 gramas, por exemplo.