O agronegócio possui um papel importante na economia brasileira. Somente de janeiro a junho de 2023, a área mais que dobrou a participação nas operações de fusões e aquisições do país, o que corresponde de 1,5% para 3,8% dos negócios registrados, segundo levantamento da consultoria Kroll. Além disso, de acordo com cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/ESALQ/USP) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro poderá alcançar R$ 2,65 trilhões em 2023, 35,9% a mais que em 2022.

Neste cenário de crescimento é possível ver como negócios estão investindo cada vez mais em tecnologias para monitorarem obras, fazerem uma agricultura de precisão, terem um melhor controle produtivo, entre outros, a fim de obterem resultados mais assertivos. Mas além dessas inovações já conhecidas, é importante destacar a ação dos robôs colaborativos, que estão contribuindo com a transformação e potencialização do ecossistema do agronegócio, ganhando força no Brasil e no restante do mundo.

Diferentes máquinas agrícolas são utilizadas pelos negócios e cobots já estão sendo usados nas linhas de produção destes maquinários, trazendo mais produtividade e qualidade para o processo. Isso sem falar dos benefícios relacionados com a segurança do trabalho, já que os robôs colaborativos foram criados para trabalharem ao lado dos operadores sem trazerem riscos, e retiram estes de tarefas monótonas, repetitivas e perigosas.

Um bom exemplo são as modernas células de solda colaborativas que permitem automação de processos com alto mix e baixo volume. Um grande trator pode ser soldado por cobots de maneira prática, enquanto operadores se concentram em atividades mais humanas. É importante destacar que quando negócios utilizam robôs clássicos para soldar, precisam que estes sejam enormes para alcançar todas os pontos das peças com grandes dimensões. Já os robôs colaborativos são pequenos, leves, fáceis de movimentar, e podem ser adaptados para executar outras tarefas.

O resultado é um sistema mais simples que permite o empresário obter autonomia da própria solução, beneficiando tanto os indicadores de processo quanto a cultura da empresa, em que o colaborador tem o cobot como a própria ferramenta de trabalho. As aplicações com robôs colaborativos permitem que o conceito de automação híbrida seja implementado e os benefícios são permanentes. É criar um mundo no qual as pessoas trabalham com robôs e não como robôs.

Concluo, portanto, que os negócios devem aproveitar o crescimento do setor para seguirem investindo em tecnologias a fim de ganharem mais destaque no cenário internacional. A inovação é um caminho sem volta e os cobots precisam fazer parte desse movimento tecnológico já que são uma peça do agronegócio do presente e do futuro. Aqueles que quiserem evoluir, com certeza precisam apostar na tecnologia robótica e já fazer isso hoje para que não percam grandes oportunidades.

Bruno Zabeu, gerente de desenvolvimento de negócios da Universal Robots na América do Sul